Se tem filhos com cerca de um ano, é provável que esteja a passar pela fase dos primeiros passos, uma época recheada de dúvidas: será que devemos incentivar os mais pequenos a começarem a andar sem ajuda ou é mais saudável deixá-los descobrir sozinhos e a seu tempo?

É verdade que cada criança tem os seus timmings, mas são poucos os pais que, e principalmente depois de ultrapassada a marca dos 12 meses, não se questionam sobre se não terá chegado a altura de os filhos andarem sozinhos. Já se colocam em pé, já dão alguns passos agarrados a outros objetos e existe uma tendência natural para quererem que os mais pequenos se tornem mais autónomos.

Embora todas as evoluções sejam aplaudidas e exista sempre algo de positivo no incentivo dos pais, Fátima Carvalho, podologista no Centro Clínico do Pé, avisa que as crianças não devem caminhar sem estarem preparadas para o fazer e reforça a importância do gatinhar.

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Os primeiros anos de vida dos miúdos são vitais para a saúde dos pés

“Os primeiros três anos de vida da criança constituem o período em que se estabelece a forma básica dos pés, e é inclusive quando podem surgir as primeiras alterações nestes membros, causadas por vários fatores: hereditariedade, posição de sono do bebé no berço ou até durante a gravidez devido à posição fetal”, explica Fátima Carvalho.

Nesta fase inicial da vida das crianças, deve existir “uma grande preocupação com as extremidades do pé do recém-nascido, uma vez que são zonas corporais onde se perde mais calor, bem como com a temperatura dos membros inferiores, aconchegando-os sempre do frio com a colocação de meias e sapatos”.

De acordo com a especialista, até aos oito meses, a estrutura esquelética dos pés ainda se encontra em fase de desenvolvimento, o que significa que qualquer pressão anormal pode provocar deformidades. Assim, “neste período em que os pés são macios e flexíveis, e que a criança assume alguns comportamentos como sentar-se em cima das pernas com os pés para fora, ou começar a andar em bicos de pés, é possível evidenciar a existência (ou não) de alguns problemas característicos, como o pé plano ou o caminhar com os pés para dentro”, afirma a podologista.

Deve ter especial atenção ao calçado dos seus filhos  — e evite a compra de chinelos

Na idade pré-escolar e escolar, Fátima Carvalho recomenda que sejam realizados “diagnósticos e tratamentos adequados ao crescimento e maturação física da criança, visando sempre a prevenção da evolução de problemas estruturais, bem como sequelas na idade adulta”. Os pais devem prestar especial atenção ao calçado dos filhos, que deve ser adequado ao crescimento da criança: a utilização de calçado inadequado “pode resultar em diversos problemas, desde reações cutâneas a alterações estruturais, comprometendo a forma e a funcionalidade do pé”.

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Para evitar problemas como mudanças no caminhar, sequelas de luxação congénita da anca e doenças específicas do crescimento (osteocondrites, repercussões das alterações dos joelhos, dismetrias e alterações do pé), para além de não obrigar o seu filho a andar sem que este esteja preparado para tal, Fátima Carvalho aconselha a que corte as unhas dos mais pequenos durante o sono “e de forma reta. Quanto ao calçado, devem-se ter em conta características como o contraforte rígido, a sola em couro e os cordões, sendo que os sapatos devem ser em pele e fechados, evitando a compra de chinelos”.

A especialista alerta também para o facto de que a maioria dos aparentes defeitos dos pés serem naturais durante os primeiros 12 meses de vida “e devem normalizar no decorrer dos anos. No entanto, se aos três anos de idade o seu filho continuar a manifestar alterações como dor nos pés, quedas frequentes, alterações na estrutura dos dedos, etc., deve consultar um médico podologista”.

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