Custou, mas foi. Depois de, no ano passado, se ter insurgido contra o certame pelo facto de ainda não ter sido consagrada com o prémio, Anok Yai é, oficialmente, a Modelo do Ano, distinguida pelos The Fashion Awards 2025, que acontecerão no mítico Royal Albert Hall, em Londres, a 1 de dezembro. A modelo sucede, assim, a Alex Consani, a primeira mulher transgénero a receber o galardão.
"Ser nomeada Modelo do Ano é uma grande honra. A minha jornada – do Egito ao Sudão do Sul e aos Estados Unidos – é uma história de resiliência e união. Este reconhecimento é para todos os que já se identificaram com a minha história", disse Yai, de acordo com a "WWD", referindo-se a esta distinção, que é a consagração de uma trajetória improvável.
Dizemos isto porque a modelo de 27 anos, filha de sul-sudaneses, nascida no Egito e que emigrou para os Estados Unidos em tenra idade, começou na indústria há menos de uma década e foi descoberta com uma simples fotografia num festival universitário. Isto aconteceu em 2017, quando uma fotografia sua, tirada no Howard University Homecoming, ficou absolutamente viral e chamou a atenção da agência Next Models.
Dias depois, Anok Yai assinou contrato e, no ano seguinte, em 2018, participou no seu primeiro desfile para a Prada, tornando-se na segunda modelo negra na história da marca a abrir um desfile, depois da icónica Naomi Campbell. Desde então, é presença constante nas passerelles mais cobiçadas, como Versace, Saint Laurent, Mugler, Alaïa, entre tantas outras.
Ao longo dos últimos anos, também protagonizou capas para a "Vogue", "i-D" e "Dazed", e tornou-se o emblema da fragrância Alien, da Mugler. Por isso, hoje em dia, é impossível falar de diversidade e representação sem a mencionar. O seu magnetismo, muito fruto do seu olhar quase felino e traços esculturais, fazem dela uma presença quase etérea. E estas fotos comprovam-no.