Com o Natal a aproximar-se a passos largos, encurta o tempo para arranjar prendas para toda a gente. Torna-se cada vez mais difícil circular nas grandes superfícies e o tempo que se perde em filas pode mesmo ser crucial. Por estes e tantos outros motivos, recorrer às compras online tem sido uma solução para muitos.

O consumismo digital aumentou também graças à pandemia da COVID-19, altura em que Rita Bastos, 30, e Manuel Laranjo, 31, estavam à espera do primeiro filho e em que, de um momento para o outro, "fechou tudo". "Trabalhávamos muito e era ao fim de semana que íamos aos mercadinhos comprar as coisas para o bebé", contou Manuel Laranjo à MAGG.

Carolina Sales Café. Descubra os doces mais bonitos e deliciosos para este Natal
Carolina Sales Café. Descubra os doces mais bonitos e deliciosos para este Natal
Ver artigo

Quando Rita Bastos recorreu ao Instagram na tentativa de encontrar o necessário para a criança, fez-se um click. "Comecei a aperceber-me de que existia um mundo gigante de marcas portuguesas", disse à MAGG, numa altura em que "tinha de escrever nas notas do telemóvel as marcas de que mais gostava" e com que mais se identificava, culminando numa "lista gigante só de produtos para bebé".

Foi a partir desta fase que começou a ser delineado o BOU Market, que, idealizado por este casal, é hoje o maior marketplace de marcas nacionais. Criado a 17 de julho de 2021, conta já com mais de 850 marcas presentes e quase 11 mil produtos disponíveis para venda.

BOU Market
Rita Bastos e Manuel Laranjo são os fundadores do BOU Market. créditos: DR

Esta plataforma reúne vários projetos nacionais "independentes" e que "acabavam por não ter tanta visibilidade" ao estarem dispersas pelas redes sociais (ou nem isso). O BOU Market apenas comporta marcas portuguesas "com alma" (e, portanto, "criadas por empreendedores com todo o amor e todo o detalhe").

"Quisemos trazer o espírito dos mercadinhos, onde existem o gourmet, a peça feita à mão, a roupa de tecidos limitados, os elementos personalizados", justificou Manuel Laranjo à MAGG. "Somos a porta de entrada para muitas destas marcas no mundo online", acrescenta o co-fundador do BOU Market, destacando a "visibilidade" e as "ferramentas" concedidas aos comerciantes.

Quantas vezes se apaixonou por uma banca que estava no mercado de rua que apenas durou o fim de semana? E quantas vezes não perdeu o rasto a essa marca e aos respetivos produtos, de que tanto gostou? Ou por não ter fixado o nome, ou por a marca não ter uma presença online. É também aqui que entra o BOU Market ("BOU" de boutique e "Market" de marketplace, "um nome uniforme, internacional, de marca exclusiva").

Ao criarem esta comunidade de marcas portuguesas num só espaço, Rita e Manuel visavam facilitar a vida aos consumidores. Com uma breve e intuitiva busca pela Internet,  tornou-se possível encontrar as marcas nacionais "com produtos limitados, diferentes e únicos" no mesmo local.

"Porquê oferecer a alguém aquilo que toda a gente oferece?", questiona Manuel, ressalvando o caráter distinto dos produtos comercializados no BOU Market. "Uma bola de Natal personalizada com o nome é um miminho que se pode dar por 2,50€", exemplifica Rita. "Não é dar um presente só por dar; é dar a pensar exatamente naquela pessoa", reforça.

Desde "pulseiras personalizadas com a data de nascimento dos filhos" a "packs de gin onde podem colocar as coordenadas onde se conheceram", são várias as opções, muitas delas artesanais e personalizáveis, e nem por isso mais caras, garante o co-fundador. "São tão especiais, únicos e bons que temos de os divulgar", crê.

Há artigos para criança e bebé, produtos gourmet de pequenos produtores (como pão, vinho, bolos, compotas, manteiga de amendoim e marmelada caseiras), elementos criados a pensar nos animais de estimação, peças de moda com coleções limitadas, bijuteria e joalharia, produtos de bem-estar, coisas para o lar (como guardanapos personalizados, ilustrações e cerâmicas). E a lista continua.

25 sugestões de presentes de Natal disponíveis no BOU Market

"Conseguimos reparar na diferença do produto feito por uma marca de produção pequena e daquele que é feito em massa. O sabor e o aroma são completamente diferentes. Estão em causa produtos pensados ao detalhe", refere Manuel Laranjo, que não compreende "por que é que marcas tão boas têm de estar escondidas".

Querem, em vez disso, "quebrar as barreiras e fronteiras", como a questão da janela horária, que faz com que quem trabalha das 9 às 18 horas não consiga ir durante o dia às lojas comprar aquilo de que precisa. "Pode registar-se no site ou comprar como convidado, inserindo os dados", explica, garantindo que têm "todos os métodos de pagamentos disponíveis".

"Quando alguém faz a compra, a encomenda é diretamente redirecionada para a marca. O dinheiro fica retido durante 15 dias e apenas é retirado quando a encomenda é enviada. Se existir algum problema, como rutura de stock, o dinheiro é devolvido", elucida.

Comprando pelo BOU Market, não corre o risco de fazer o pagamento por MBWay ou transferência bancária sem nunca chegar a receber a encomenda em casa. "Caso a encomenda não chegue, o cliente está protegido", assegura Rita Bastos. De momento, o casal encontra-se a desenvolver uma nova plataforma (que estará pronta para o ano) para melhorarem a experiência de todos no BOU Market.

Como funciona a venda de produtos?

Manuel Laranjo acredita que o BOU Market também se distingue pela "proximidade com as marcas". O co-fundador deste marketplace vê como um investimento todo o apoio concedido aos projetos que não têm a maior das facilidades em estar no mundo online. Esta comunidade 100% dedicada ao talento português torna-se mais um canal de venda para os produtores, que ganham também um site próprio.

"Com o BOU Market, só precisam de se preocupar em vender o produto", assegura o responsável pelo projeto. No caso de querer vender através deste marketplace, vai receber alguns manuais de instrução que explicam como tudo se processa, mas também por chamada telefónica.

As marcas portuguesas "podem registar-se diretamente no site". "Depois, nós entramos em contacto, para dar um apoio", explica Rita Bastos. "O único limite que pomos é respeitarem as normas. Já se registaram na plataforma mais de mil marcas. Algumas não faziam sentido lá estar. Só no caso de ser marca própria, portuguesa e independente", sublinha Manuel Laranjo.

Não existe qualquer custo associado ao registo no BOU Market ou fidelização. "Se existir uma venda, cobramos uma comissão de 17%", esclarece o co-fundador do projeto. Este marketplace consegue "preços muito mais baixos" para o envio das encomendas através dos CTT, graças a uma parceria.

"A pessoa pode estar sentada em casa, ou a dormir, e receber uma encomenda. Pode concentrar-se apenas em fazer o produto. O estafeta vai recolher a encomenda à morada de casa ou, se preferirem, podem fazer o envio ou entregar à pessoa. Cada marca decide como quer fazer", declara Manuel.

"O nosso primeiro foco foi angariar marcas. Depois, deixámos de as procurar. Hoje em dia, as marcas é que vêm ter connosco", afirma Manuel Laranjo, orgulhoso. Agora com dois filhos, Manuel e Rita dedicam-se a 100% ao BOU Market a partir de Lisboa.

Ao fim de pouco mais de um ano, este que é o "maior mercado online de marcas portuguesas", por ter o maior número de "lojas reunidas num único espaço", regista cerca de 20 mil utilizadores por mês e algo como 7 mil negócios gerados através da plataforma.