No jogo da educação, as famílias procuram cada vez mais cartas na manga que lhes permitam um trunfo valioso: a personalização e flexibilidade do ensino para os seus filhos. É aqui que entram em cena o ensino individual e o ensino doméstico, duas opções que estão a ganhar cada vez mais destaque no panorama educativo português.
Esta abordagem flexível abre portas a uma aprendizagem à medida, ajustada ao ritmo de cada criança/jovem, enquanto envolve os pais de forma mais direta no percurso educativo. Quando a pergunta é se posso ensinar o meu filho em casa, tirando-o da escola, a resposta é sim, mas conhecendo a legislação em vigor. O Decreto-Lei n.º 70/2021, de 3 de agosto, é o documento que define os parâmetros para o ensino individual e doméstico em Portugal. Este decreto garante uma estrutura legal sólida, desde a matrícula até à certificação das aprendizagens, assegurando que cada criança receba a atenção personalizada que merece.
Mas será que retirar o filho da escola tradicional é a escolha certa? Vamos analisar.
Mas quais são, então, as vantagens destas formas de ensino? A personalização do currículo é certamente uma das grandes mais-valias, permitindo adaptar o ensino às necessidades específicas de cada aluno. Esta flexibilidade é também evidente nos horários, que podem ser ajustados de acordo com o ritmo de vida de cada família. E não podemos esquecer-nos do envolvimento dos pais, que desempenham um papel ativo no percurso educativo dos seus filhos, proporcionando apoio emocional e prático ao longo deste caminho.
No entanto, é importante estar ciente dos desafios que estas opções podem apresentar. O isolamento social, por exemplo, pode ser uma realidade para os estudantes em ensino individual ou doméstico, privando-os das interações fundamentais para o seu desenvolvimento. Além disso, a necessidade de automotivação pode ser um obstáculo a superar, uma vez que os alunos precisam de disciplina pessoal para manter o foco nos estudos.
Claro que com estes desafios em mente podemos sempre, de forma consciente arranjar estratégias para os colmatar.
Para os mais pequenos, devemos focar-nos no desenvolvimento holístico, na exploração e descoberta, assim como no apoio à linguagem e alfabetização. Já para os mais crescidos, o currículo personalizado, o incentivo à autonomia e a exploração interdisciplinar abrem portas para uma aprendizagem mais rica e diversifi cada.
Posto isto, podemos dizer que o ensino individual e doméstico são como peças de um quebra-cabeça educativo, cada uma com seus próprios benefícios e desafios. São os pais que devem encontrar a combinação ideal, com consciência e considerando as necessidades individuais dos seus filhos, garantindo assim, uma maior probabilidade de um futuro promissor. Afinal, na educação e na vida, a liberdade de escolha é a chave para o sucesso.