No segundo filme da saga “Sexo e a Cidade”, Carrie Bradshaw vive um dilema na sua relação com Mr. Big. Apesar de querer tudo menos um casamento tradicional, a escritora fica inquieta quando o marido lhe propõe tirar dois dias para ele para fazer todas aquelas coisas que a irritam.

Ao contar às amigas, Carrie sente-se dividida – apesar de manter sempre a posição de que a situação é favorável ao seu casamento. No final do filme, ficamos a saber que aqueles “dois dias de folga” vão sendo cada vez menos precisos. E o que é que aprendemos com isto? Às vezes são precisos comportamentos menos tradicionais para ter uma relação saudável.

Quem o diz é Mark Manson, o autor do livro “A Arte Subtil de Saber Dizer Que Se F*da”, que enumera 6 hábitos que são considerados tóxicos numa relação mas que até podem ser saudáveis.

1. Deixar alguns problemas por resolver

Este ponto é baseado num estudo feito por John Gottman, que estuda relações de intimidade há quatro décadas, e concluiu que os casais mais saudáveis deixam alguns problemas por resolver. A ideia de que os casais devem comunicar e resolver todos os seus problemas é um mito. Na sua pesquisa, Gottman descobriu que os casais que estão casados há mais de 40 anos têm problemas por resolver – problemas esses que às vezes são discutidos durante décadas.

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As relações de sucesso aceitam e compreendem que os problemas e os conflitos são inevitáveis e que nem sempre se gosta de tudo no companheiro e que isso é algo natural. O que não se deve fazer é deixar que o conflito interfira na relação que deve ser saudável e feliz.

2. Estar disposto a magoar os sentimentos da outra pessoa

O autor do livro “A Arte Subtil de Saber Dizer Que Se F*da” fala numa situação comum a muitas casas. A namorada de Manson gosta de se arranjar e muitas vezes experimenta penteados ou maquilhagens novas ou até novas maneiras de combinar a roupa. Quando a tentativa é falhada ele diz-lhe – ainda que isso possa magoar os sentimentos da namorada.

Para o autor, não há nada melhor do que a sinceridade entre casais. É mais importante para ele a relação entre os dois do que uma pessoa se sentir bem o tempo todo. “A última pessoa com quem exercer censura é com a mulher que amo”, afirma.

3. Estar disposto a terminar

Segundo Manson, os filmes ensinaram-nos que uma relação saudável depende sempre do “sacrifício romântico”. Basta ver a história de Romeu e Julieta que foi construída como uma sátira mas que agora é visto como a derradeira história de amor. Mas toda esta premissa não poderia estar mais longe da verdade.

É irracional continuar numa relação negligente ou abusiva, onde a identidade das pessoas é posta em segundo plano apenas porque é suposto as relações durarem para sempre. Por vezes, o melhor para uma relação saudável é mesmo terminar no tempo certo antes que se torne demasiado prejudicial para ambos.

A adoração da relação em detrimento dos valores e das necessidades de cada um só cria dinâmicas negativas que podem por em causa a relação dos dois.

4. Sentir-se atraído por uma pessoa fora da relação

Ainda que a sociedade esteja formatada para que uma pessoa esteja com outra e só pense nela, na realidade não deveria ser assim. O autor dá o próprio exemplo: apesar de ter namorada não se coíbe de olhar para uma mulher bonita e confessa que gosta de ter atenção por parte da mesma.

Mas isso não significa que ele escolha essa mulher em detrimento da namorada. A chave é lembrar-se o porquê de estar com a namorada, o porquê de a ter escolhido a ela e não a outras mulheres. “Estar atraído por alguém é comum. Mas ter a verdadeira intimidade não”, explica.

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Segundo Manson, o estar numa relação não significa que os pensamentos, sentimentos ou perceções sejam apenas sobre aquela pessoa. O que se pode, e deve, controlar são as ações – ações essas com as quais nos comprometemos com a pessoa com quem mantemos uma relação.

5. Passar tempo separados

Ela deixa de ir sair com as amigas, ele deixa de ir jogar à bola com os amigos – um cenário muito comum em várias relações. Todos temos um amigo que deixou de existir no momento em que começou a namorar. E, mais uma vez, isto pode tornar-se num comportamento tóxico.

O problema em mudar a identidade por causa de uma relação, de modo a que se torne mais próximo da pessoa em questão, faz com que a pessoa que entrou numa relação deixe de existir.

Por isso, às vezes, é necessário afastar-se do seu companheiro, ligar às amigas para ir jantar ou fazer uma viagem só de homens. Voltar os hobbies antigos ou passar tempo sozinho são também ideias válidas. Sem espaço vital é possível que o oxigénio se esgote e que a chama inicial se apague.

6. Aceitar os defeitos do seu companheiro

A verdadeira intimidade entre um casal acontece quando ambos aceitam as falhas do companheiro. Não é possível viver a pensar que a pessoa ao nosso lado é perfeita ou, no extremo oposto, estar constantemente à procura do relacionamento perfeito. Todas as pessoas têm as suas imperfeições e as suas falhas. Dito isto, uma relação não funciona se uma das partes tentar mudar a pessoa com quem está. Resta apenas aceitar.

A aceitação, ou até começar a gostar de alguns defeitos (como a limpeza excessiva ou alguns tiques nervosos), leva a uma relação duradoura e saudável.

“O amor é, por definição, louco e irracional”, explica Manson. E, por isso, as melhores relações aconteceu quando os dois se completam com as suas irracionalidades. “Podem ser as nossas perfeições que atraem as pessoas. Mas são as nossas imperfeições que decidem se ficamos juntos ou não”, conclui.

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