Estavam num comboio, lado a lado, numa viagem de seis horas entre Londres e Edimburgo. Ele adormeceu profundamente. Ela, aborrecida, foi dar uma volta. E foi assim que conheceu o amor da sua vida.

Era o ano 2000 e Maire viajava de comboio para a Escócia com o então namorado. Pouco depois de arrancar, ele caiu no sono. "Pensei: ‘Isto vai ser mesmo aborrecido’", recorda Marie. Decidiu levantar-se e seguir para o vagão de fumadores, onde só estava mais uma pessoa: Andy Bain, um desconhecido com uma mochila de viagem ao lado.

Maire pediu-lhe um isqueiro. A partir daí, a conversa fluiu como se fossem velhos amigos. “Fiquei impressionada com a naturalidade. Houve uma sensação imediata de familiaridade”, confessou. O que ela não sabia era que Andy estava acabado de chegar de uma viagem pela Tanzânia, durante a qual refletiu sobre a vida e os relacionamentos.

“Não tinha tido relacionamentos felizes antes da Maire. E nessa viagem tomei uma decisão consciente: ia abrir-me ao mundo, mas não procuraria um relacionamento”, explicou Bain à CNN. A cereja no topo do bolo? Andy tinha perdido o comboio que devia apanhar originalmente, o que o levou precisamente àquele em que Maire viajava.

Durante as seis horas de viagem (e de conversa), os dois não trocaram mais do que palavras. Andy nem sequer pensou nela de forma romântica. “Foi só: ‘Ela é muito simpática’. E foi muito bom poder ter uma conversa tão tranquila com alguém”, disse.

No fim da viagem, trocaram e-mails. Dias depois, enviou uma mensagem a Andy. Começaram a falar com frequência, a trocar confidências. Quando o namorado da viagem de comboio saiu do seu radar, Andy e Maire já estavam emocionalmente ligados.

Acabaram por se reencontrar como amigos em Londres e, algum tempo depois, Maire foi a Edimburgo para celebrar a passagem de ano. Foi nessa visita que Andy lhe fez a pergunta que mudaria tudo: "Acreditas em almas gémeas? Porque eu acho que tu és a minha."

Dias depois, confessaram o amor um pelo outro. Até ali, nunca se tinham beijado. “Foram os nossos valores e experiências em comum que me fizeram perceber que os meus sentimentos eram mais do que amizade”, explicou Andy.

Começaram um namoro à distância, mas poucos meses depois ele mudou-se para Londres. E foi na Estação de Paddington, entre sacos de fast food e o caos habitual da cidade, que Andy se ajoelhou, tirou do pescoço um colar com o anel da avó e pediu Maire em casamento. Ela disse “sim”.