Há precisamente um ano, casais um pouco por todo o Mundo celebravam aquele que seria o último Dia dos Namorados antes da pandemia da covid-19. Doze meses depois, o mundo mudou. Houve quem se separasse, quem adiasse casamentos, e muitos dos que estavam solteiros assim continuaram.

A procura por apps de encontros aumentou, o sexting também e as regras impostas pelas autoridades de saúde tornaram os encontros amorosos quase uma atividade para aventureiros. Mas há exceções. A MAGG conversou com cinco casais que se conheceram (ou reencontraram) após o País ter entrado em confinamento, em março de 2020.

São histórias de amor que nasceram num tempo improvável e que nos inspiram e alegram, nestes tempos frios e incertos.

Patrícia e Diogo

Patrícia Rocha e Diogo Bicho
Patrícia Rocha e Diogo Bicho créditos: DR

Patrícia Rocha, de 27 anos e Diogo Bicho, de 23, já se seguiam nas redes sociais desde 2015. Mas foi preciso uma ida à praia e uma estrada cheia de buracos para, em maio de 2020, o amor acontecer. "Foi num dos primeiros fins de semana, quando resolvi ir com uma amiga a uma praia onde pouca gente vai, pelo facto do seu acesso ser um bocado esburacado e assassino de amortecedores de automóveis, e de não ser vigiada", começa por explicar Patrícia.

Depois de "tirar o cheiro a mofo", como nos diz a brincar, o regresso aconteceu a passo de caracol, numa estrada que tinha mais buracos do que alcatrão. "Ao regressar, indo eu conduzir a 5kmh, a contornar buracos do terreno, vejo um rapazito a passar de bicicleta. Olhei para ele, ele olhou para mim (numa sensação de que nos estávamos a reconhecer – e de facto estávamos) e eis que: 'olá!!'. Parei o carro, ele aproximou-se e trocámos as primeiras palavras. Eu que sempre pensei que ele era do Montijo, em cinco minutos descobri que andámos uma vida em ruas paralelas… e que ele vivia ali, ali a cinco minutos de mim", recorda Patrícia.

A promessa de voltarem a falar não se ficou só pela jura e, nos dias seguintes, começaram as mensagens. "Mal sabíamos nós que iríamos viver juntos ao final de três semanas…No próprio dia e nos dias seguintes, trocámos algumas mensagens; descobri que ele estava solteiro (uuuhh!), que tínhamos amigos em comum (que foram uns ótimos influenciadores para a coisa se desenvolver – já que as minhas emoções são muito desconfiadas), que trabalhámos para a mesma empresa, que já nos seguíamos nas redes sociais desde 2015, e que nunca tínhamos falado, apenas tínhamos trocado uns raros likezinhos em algumas fotografias, precisamente por sabermos que tínhamos amigos em comum", recorda Patrícia.

O primeiro encontro oficial aconteceu "ao fim de uma semana e uns dias", e por 'culpa' da cadela de Patrícia. "Era fim de dia, estávamos a trocar mensagens e eu comentei que devia de ir passear a Simi para esticarmos as patas, o que deu lugar ao diálogo: 'bora?', 'bora!'. Assim foi. Passei por casa dele, que ficava perto da minha, e fomos passear a bichana. A caminhada, sem máscara, mas de certa forma com algum distanciamento social (não houve cá abraços ou beijinhos de cumprimento) deu lugar a uma empolgante conversa de seis horas", conta.

Patrícia Rocha e Diogo Bicho conheceram-se em maio de 2020
Patrícia Rocha e Diogo Bicho conheceram-se em maio de 2020 créditos: DR

Patrícia e Diogo descrevem-se como "verdadeiros 'party people, super sociáveis e conversadores", características que caíram que nem ginjas numa altura em que o convívio, devido à pandemia, estava circunscrito ao essencial." Acredito que ambos nos sentimos bem por, num cenário em que estávamos confinados em casa, termos descoberto alguém com boa energia, com quem pudéssemos descomprimir. Foi um match que ocorreu num timing fantástico", conta Patrícia.

A viverem juntos desde as três semanas de namoro (ou seja, há nove meses), o que não falta em casa do casal é tema de conversa. Foi essa, aliás, a característica que mais os impeliu para os braços um do outro. "Adoro pessoas boas comunicadoras e vi que ele tinha um dom para comunicar, expressar-se, argumentar, debater assuntos. Hoje, sabemos que isso, por vezes, é o nosso maior ponto de mini-briga, mas vivemos otimamente com isso!", explica Patrícia.

A postura de Diogo no seu anterior relacionamento também foi um ponto a favor. "Como eu já acompanhava as redes sociais dele, via algumas publicações do ex relacionamento dele e, mesmo não o conhecendo, pensava 'Oh tão fofo! Também quero um namorado que me faça isto!'. Estava eu longe de imaginar tudo o que estava por vir…", relembra Patrícia.

Diogo alinha pelo mesmo diapasão. "O que me cativou mais na Patrícia foi praticamente o mesmo que ela disse em relação a mim. O que posso acrescentar e salientar é o facto de ser 'palhacita', ter os seus objetivos (alguns bastante semelhantes aos meus), adorar dançar, não ter medo de arriscar. Algo que para mim é bastante prazeroso também é estar com alguém que saiba conversar, seja sobre que assunto for; tenha as suas opiniões, mas que esteja apta também a compreender o outro lado, mesmo que por vezes não concorde com o mesmo, pois eu sou bastante assim", explica, salientando com humor: "seja como for, tanto nas coisas positivas como nas menos positivas temo-nos dado muito mas muito bem, e por isso mesmo, se a quiserem comprar, não a vendo!! ahahah!".

Patrícia e Diogo não atribuem à pandemia a intensidade da forma como o amor começou mas admitem que esta, bem como as restrições, aceleraram "o processo de namoro e envolvimento". "As circunstâncias permitiram-nos conhecer como nunca seria possível num ano normal: sou consultora de comunicação, todos os dias saía de casa de manhã cedo e voltava para lá da hora de jantar, já que trabalhava em pleno centro de Lisboa e apanhava uma hora a duas de trânsito para chegar a casa – folgo aos fins de semana, que por norma utilizava para descomprimir, passear e sair à noite… muitas saídas à noite para dançar; o Diogo é cantor e animador de eventos, pelo que o 'normal' é trabalhar, maioritariamente aos fins de semana. Ora, em tempos normais iríamos estar sempre desencontrados e focados nos nossos afazeres e no círculo de pessoas que já nos rodeava", explica Patrícia.

"Neste momento ambos trabalhamos — eu continuo no mesmo trabalho e o Diogo adaptou-se a uma realidade alternativa —  aos dias de semana e folgamos aos fins de semana, temos, sensivelmente o mesmo horário, o que nos permite desfrutar de tempo de qualidade em conjunto (e somos peritos em inventar coisas para fazer, sem nos saturarmos de estar confinados… desde dançar, fazer bolos, cuidar de plantas e passear os cães, há sempre ocupação", conta a consultora de comunicação, concluindo com humor: "temo-nos adaptado a esta realidade de forma pacífica e, até então, temos sido um casal COVID free".

Sandra e Pedro*

amor pandemia online

Sandra Correia tem 29 anos e Pedro Antunes tem 30. São de Braga e, tal como muitos casais deste novo século, conheceram-se através de uma app de encontros. Tinham saído de relações e o clique foi quase instantâneo. O primeiro encontro aconteceu em agosto de 2020 e o amor tem crescido desde então. Pormenor desta história? Estão separados por 2 mil quilómetros. Ele em Londres, ela em Braga.

A distância tem sido o pão nosso de cada dia deste casal mas, ainda assim, Sandra e Pedro têm certezas do sentimento que os une, reforçado pela incerteza de um ano que trouxe dúvidas, medo e ansiedade à Humanidade. "A verdade é que não é de todo uma altura fácil para iniciar um relacionamento ainda para mais nos moldes da nossa relação, em que vivemos em países diferentes e em que, literalmente, não sabemos quando poderemos voltar a estar juntos fisicamente", salienta Sandra.

"Ambos saímos de relações longas falhadas e no nosso caso, encontrámos no outro uma compatibilidade, uma conexão, um entendimento e um amor que nunca tínhamos sentido com outras pessoas e isso tem sido determinante para mantermos e fazermos evoluir a nossa relação nestes tempos de pandemia. Para além de que ambos 'investimos' nesta relação de forma diária e, apesar da distância, tentamos dentro das limitações cuidar e demonstrar o amor pelo outro todos os dias", conta.

Mas vamos começar pelo início. Um encontro no Verão, após uma semana a conversarem numa app de encontros. "Começámos a falar, achámos graça um ao outro e uma semana depois resolvemos encontrarmo-nos para nos conhecermos pessoalmente. Funny story: no site de encontros, enquanto que o Pedro tinha o perfil todo completo com foto, nome, info, etc eu tinha o meu perfil a zeros, sem foto e com um nome falso", relembra Sandra.

O sentido de humor e o à vontade nas conversas virtuais somaram-se à atração física aquando o primeiro encontro. Com a certeza de que nem um nem outro queriam repetir os "erros do passado", das relações que tinham deixado para trás. "Já tínhamos bem presente aquilo que queríamos (e o que não queríamos) para uma relação. Encontrámos um no outro, de uma forma quase 'mágica', o que exatamente o outro estava há procura tendo havido, logo de início, um entendimento natural", salienta o casal.

A maioria pode achar que as relações à distância não funcionam mas, até ver, Sandra e Pedro provam o contrário. Um dos segredos, revela Sandra, é íntimo e individual. "Somos ambos defensores de que, para estarmos bem numa relação, em primeiro lugar, temos que estar bem connosco próprios e ambos concordamos que isso é um dos 'segredos' para a nossa relação funcionar, apesar de todas as 'contrariedades. Isso, e obviamente, o amor que nos une, um amor tão bom, tão bonito, tão puro e tão feliz".

Num mundo cada vez mais cínico e descrente no amor, Sandra e Pedro são teimosamente do 'contra'. Mesmo com vários países a separá-los, fronteiras fechadas, limitações de circulação e uma pandemia que não dá sinais de abrandamento. "A verdade é que teria sido mais fácil desistir quando o Pedro voltou para o Reino Unido mas, a verdade é que, sem termos bem certezas, já ambos sentíamos que era com o outro que queríamos estar e o tempo só tem vindo a confirmar. E o que é facto é que, apesar do distanciamento físico que temos vivido e que estamos a viver, o sentimento que nos une não só se tem mantido como, a cada dia, tem vindo a crescer", afirma a bracarense. 

Mas nem tudo são rosas e Sandra e Pedro apenas estiveram juntos em Portugal durante três semanas. A obrigatoriedade de quarentena à chegada ao Reino Unido e as restrições nas viagens, bem como o agravamento da pandemia, fizeram com que reencontro do casal só acontecesse em dezembro.

"Todos os dias mantínhamos o contacto por mensagens e videochamadas e o que se calhar, para muita gente, seria motivo para desistir da relação para nós sempre foi encarado como um desafio e não como um obstáculo", salienta Sandra.

O dia do reecontro aconteceu a 26de dezembro. "Nesse dia, para nós, foi Natal", recorda Sandra. A sua estadia era para ter durado duas semanas ,mas nem o casal podia desconfiar que a pandemia iria, pela primeira vez, conspirar a favor deles. "Para poder viajar para Portugal eu tinha que apresentar teste covid negativo. Três dias antes da data prevista para viajar, fiz o teste, cujo resultado deu positivo. E o que estava programado ser uma visita de duas semanas tornou-se numa de cinco. Ambos tivemos covid, mas assintomáticos. Claro que não é, de todo, motivo de contentamento ter covid mas acabou por nos proporcionar umas semanas extra juntos, que infelizmente, tão cedo não serão possíveis repetir", explica Sandra. 

A última vez que estiveram fisicamente juntos aconteceu no final de janeiro. Uma verdadeira odisseia, como descreve Sandra. "Devido às fronteiras estarem atualmente fechadas foi uma verdadeira aventura para conseguir regressar, com direito a voos cancelados e a acabar por ter que fazer uma viagem de regresso que normalmente dura 2h30 em 18h (com direito a 2 escalas). Infelizmente, não sabemos quando poderemos voltar a estar juntos, as fronteiras estão fechadas, sem data para reabrir e de momento tudo é uma incógnita na nossa vida, sendo que, a única certeza que temos é o amor que temos um pelo outro e a vontade de ambos de fazer a relação funcionar", conta.

(* o casal optou por não enviar fotografia para preservar a identidade)

Sofia e Ricardo

sofia ferreira e ricardo pinto
Sofia Ferreira e Ricardo Pinto créditos: DR

O que fazem duas pessoas que se acabaram de conhecer, se sentem atraídas uma pela outra, contraem covid e têm de fazer isolamento? Vão viver juntas, claro. A história de Sofia Ferreira e Ricardo Pinto pode mesmo dizer-se que foi abençoada pela pandemia.

Ambos bombeiros (ela de Penafiel e ele de Paredes) já se conheciam de vista, depois de se terem crizado num torneio inter-bombeiros. Nunca falaram e o primeiro encontro aconteceu em abril de 2020. "Após eu rejeitar umas três vezes", recorda Sofia, de 27 anos. "Não houve máscara, mas houve distanciamento por umas horas!", relembra.

Da rejeição, o casal rapidamente passou para a atração. "Acho que, sinceramente, no segundo encontro já me atraía tudo nele, principalmente o facto de sermos tão parecidos nos gostos gerais!", recorda Sofia Ferreira. A bombeira não tem dúvidas em afirmar que "foi graças a este ano tão mau" que decidiram juntar os trapinhos rapidamente. Em três semanas, mais concretamente.

sofia ferreira e ricardo pinto
créditos: DR

"Já andávamos a montar a nossa casa, mas no dia em que fomos fazer os testes por estarmos com bastantes sintomas decidimos vir fazer isolamento para cá. Entretanto recebemos o resultado positivo, fizemos novo teste ao fim de dez dias e deu novamente positivo, ou seja, tivemos uma experiência de 20 dias que continua desde 23 de Outubro!", conta.

Desde que estão juntos, Sofia e Ricardo estiveram "dois ou três dias" sem se verem. Uma união que dura até hoje e que uniu também os bichos do casal: Lunna, Benny e Matias.

Constança e João*

casal praia por do sol
créditos: Unsplash

Para os céticos das apps de encontros, eis mais um casal que se conheceu através de uma aplicação e que, mesmo em tempo de pandemia e à distância, continua a juntar quem não quer estar sozinho.  Constança Martins, de 25 anos e João Prieto, de 23, conheceram em junho, através da app, quando ela vivia em Leiria e ele nas Caldas da Rainha.

Após algumas semanas de conversas online, decidiram dar o próximo passo. "A história do nosso primeiro encontro é peculiar e engraçada. No fim de julho tínhamos  começado a falar na possibilidade de nos virmos a encontrar, mas a logística trabalho-férias  estava a ser difícil de conciliar. Até que, num fim de semana, sem termos conversado sobre isso antes, estávamos a fazer praia no mesmo sítio. Através de uma troca de mensagens breve,  percebemos isso e, sem nenhum de nós prever, estávamos finalmente no mesmo lugar e  encontrámo-nos num bar da praia", relembra Constança.

A passagem do virtual para o real aconteceu naturalmente porque, como frisa Constança, "percebemos que tínhamos alguns interesses e objetivos comuns e apareceu a vontade de transpor tudo isso para a 'realidade'". "Simpatizámos  imediatamente um com o outro naquela conversa de café. À medida que nos fomos encontrando fomos percebendo que as expetativas criadas não tinham saído defraudadas e, por isso, não demorámos muito tempo a perceber que estávamos a começar a gostar um do outro e a sentir vontade de construir alguma coisa bonita", conta.

Apesar de estarem relativamente perto um do outro, as restrições de circulação entre concelhos acabaram por criar limitações aos encontros do casal. Constança e João cumpriram as regras, embora salientem que nem sempre foi fácil. "Ambos temos um espírito livre, gostamos muito de passear, de ir jantar fora e a verdade é que o curto período em que estivemos juntos foi passado maioritariamente em casa. Por outro lado, isso permitiu com que nos conhecêssemos melhor, na dificuldade e na distância, e a aproveitar e a valorizar ainda mais o tempo em que estamos juntos", salienta Constança.

O agravamento da pandemia fez com que o casal tomasse, no início do ano, a decisão de restringir o número de encontros. "Dada a responsabilidade social que devemos possuir nesta fase,  decidimos isolar-nos ainda antes da ordem de recolhimento domiciliar obrigatório. Ainda assim,  apesar de tudo, o balanço é muito positivo. É possível fazermo-nos sentir presentes de várias  formas na vida um do outro, basta haver vontade, criatividade e, acima de tudo, reciprocidade", conta o casal. 

(* o casal optou por não enviar fotografia para preservar a identidade)

Irma e Raul

Irma Monteiro e Raul Caetano
Irma Monteiro e Raul Caetano créditos: DR

Guardámos a melhor história para o fim. Irma Monteiro, de 45 anos e Raul Caetano, de 49, não se conheceram durante a pandemia. Nem pouco mais ou menos. "Conhecemo-nos há 30 anos, numa paragem de autocarro em Loures. Um amigo comum apresentou-nos. Eu andava na escola". 

Irma e Raul namoraram na adolescência. Ela mudou de escola e ele "feito totó" não lhe pediu o contacto. Perderam o rasto um do outro e cada um seguiu a sua vida. "Casámos e descasámos. Encontrámo-nos no Facebook há oito anos, estava a divorciar-me", relembra Irma. Na altura, ainda trocaram algumas mensagens mas ficaram-se por ali porque Raul estava casado.

"No dia que ouvi a voz dela ao telefone sentiu o clique de 30 anos", Raul Caetano

Em 2020, a pandemia reaproximou-os. "Vi uma publicação dele, na qual ele dizia que estava com o covid. Mandei-lhe uma mensagem para saber como ele estava. Como ele não se sentia muito bem, pediu o meu número de telemóvel( finalmente!)", relembra Irma.

Contacto estabelecido, os namorados de adolescência começaram a conversar. Ela recém-separada, ele em processo de divórcio, encontraram um no outro um porto de abrigo e compreensão. "Começámos a falar e o convite para almoçar surgiu logo assim que ele saiu do confinamento", conta.

Ao fim de três décadas de separação, Irma e Raul reencontraram-se na Guia, em Cascais. As máscaras levaram-nas mas rapidamente foram esquecidas. "Não conseguimos manter o distanciamento, pois a vontade de nos abraçarmos foi tão forte! E demos as mãos também", conta Irma.

A história de amor de Irma e Raul é daquelas que nos fazem acreditar em finais felizes. Ou não tivessem eles esperado 30 anos (mesmo sem o saberem) para ficarem juntos. Sempre com a mesma atração do primeiro dia. "No dia que ouvi a voz dela ao telefone sentiu o clique de 30 anos", confessa Raul. "Há 30 anos, eu já estava atraída pela sua simplicidade, sorriso, ternura, carinho e atenção. Sempre gostei dele, mas nesta fase e ao longo dos anos verifiquei que ele se tinha tornado em tudo o que tinha imaginado que seria há 30 anos. Tem os mesmos valores que eu, mas é uma pessoa especial muito especial mesmo, é ele", explica Irma.

A pandemia, salientam, juntamente com a fase turbulenta que estavam a viver a nível emocional, serviu para os tornar "mais fortes e unidos". E, apesar das restrições, o casal está a pensar juntar os trapinhos e breve. "Estamos juntos sempre que é possível e estamos a considerar dar o passo seguinte para passarmos mais tempo juntos", revela Irma.