Sexo (quando consentido pela duas partes) é bom. Faz maravilhas pelo nosso bem-estar, ficamos mais bem dispostos e até pode ser tudo o que precisamos no final de um dia especialmente mau. E, hoje em dia, já lá vão os tempos e os tabus que nos impediam de falar de prazer, brinquedos sexuais ou até novas formas de experienciar estes momentos.

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Já que o virar de ano é motivo para todas as listas e mais algumas, porque não pensar nas tendências sexuais para 2023? A sexóloga clínica e diretora de educação da Satisfyer, Megwyn White, dá-lhe cinco sugestões a seguir nos próximos 12 meses.

1. Usar o sexo como ferramenta para melhorar a saúde mental

Não há dúvidas de que a saúde mental foi um tema muito debatido em 2022. A par desse avanço na sociedade, Megwyn White acredita que o público "está a tornar-se mais aberto para falar sobre a importância do sexo e os seus benefícios para a saúde mental, o que tem ajudado as pessoas a entender o papel que desempenha nas nossas vidas".

Para a sexóloga, no novo ano, "as pessoas vão levar mais a sério o papel integral que a saúde sexual desempenha nas suas vidas, com algumas a tornarem-se mais sofisticadas e criativas quando se trata de sexo". A especialista refere também que uma maior consciência da saúde mental pode "ajudar a reduzir a disfunção sexual, que se manifesta através de causas físicas e mentais e pode ter um grande impacto na mente e confiança da pessoa em questão".

Megwyn White
Megwyn White

Meditação, práticas de selfcare, relações saudáveis e "descobrir o corpo através de educação sexual baseada em prazer pode melhorar a capacidade de experienciar a liberação e prazer do orgasmo", acrescenta Megwyn White.

2. ASMR

A ASMR — que significa Resposta Sensorial Meridiana Autónoma (Autonomous Sensory Meridian Response, em inglês) — tem sido associada ao prazer sexual graças à "ascensão de podcasts, áudios eróticos e meditações guiadas", refere Megwyn White, que acredita que os sons desempenham um papel importante no sexo, "dado que comunicam desejo, prazer e feedback rítmico".

Assim, a ASMR pode ser uma "boa inspiração para preliminares ou como contexto para uma aventura erótica" ou, por outro lado, para realçar a descontração e aumentar a conexão do casal no momento depois do sexo.

3. Relações abertas e poliamorosas

De acordo com dados cedidos pela Satisfyer, baseados num inquérito conduzido no ano passado nos Estados Unidos, 43% das pessoas nascidas entre 1981 e 1993 (millenials) afirmam que a sua relação ideal seria poliamorosa.

No entanto, este tipo de relações continuam a ser escassas e a sexóloga recomenda que existam apenas quando há um "elevado grau de honestidade e respeito dentro da relação, dado que são ligações que requerem abertura em torno de quaisquer preocupações que alguém na relação possa ter".

Para a especialista, caso queira optar por este tipo de relacionamentos, trabalhar com um terapeuta ou um coach sexual pode ser uma mais-valia, de forma a promover o diálogo entre casais com esta curiosidade.

Vale também a pena marcar a diferença entre uma relação poliamorosa e uma relação aberta: a primeira envolve um laço emocional entre mais de duas pessoas e entre todas elas; já a segunda diz respeito a um acordo entre o casal para que ambos possam ter ligações fora da relação sem que sejam consideradas traição.

4. Pegging

Se nunca ouviu falar de pegging, estamos cá para ajudar. O termo diz respeito à penetração anal de um homem por uma mulher com um dildo, normalmente sustentado por um acessório de cintura (vulgo, strap-on).

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Para Megwyn White, este tipo de relação sexual entre um casal heterossexual "representa uma grande mudança na relação de poder para as mulheres, que normalmente desempenham o papel de recetor". De acordo com a especialista, "o pegging dá às mulheres a oportunidade de experienciar uma troca de papéis excitante" e é uma das sugestões de tendência sexual para 2023

5. Brinquedos sexuais

Mais indicados para mulheres, para homens, vibradores, brinquedos para estimular o clitóris — há toda uma panóplia de brinquedos sexuais no mercado hoje em dia e a utilização destes, seja a solo ou em casal, vai ser uma das tendências para 2023, salienta a sexóloga Megwyn White.