Cientistas da Universidade de Ciências Médicas de Teerã, capital do Irão, afirmam que adicionar leite ao chá ou ao café pode ajudar a proteger contra o cancro da garganta. Porquê? Porque ajuda a arrefecer a bebida. A revelação surge depois de o mesmo grupo de investigadores ter descoberto uma ligação entre beber água a ferver e o desenvolvimento do cancro no esófago.
Segundo a pesquisa, ingerir água muito quente pode danificar o revestimento da boca e da garganta, aumentando os riscos de diagnóstico da doença.
Farhad Islami, principal oncologista associado ao estudo, recomenda que se espere até que as bebidas estejam a uma temperatura um pouco mais baixa para que possam ser ingeridas sem qualquer risco – ou que se adicione leite frio ou morno, de forma a reduzir a temperatura.
Depois de uma investigação envolvendo mais de 500 mil pessoas, descobriu-se que quem bebe as suas bebidas quentes, a uma temperatura de 75 graus ou mais, tem uma probabilidade 2,4 vezes maior de desenvolver cancro.
Tradicionalmente no Irão, local onde o estudo foi realizado, e em países como a China ou a Tuquia, o chá é consumido a uma temperatura superior à recomendada pelos cientistas. Curiosamente, são os países asiáticos que apresentam as taxas mais elevadas de cancro do esófago à escala mundial. Em determinadas áreas do norte do Irão, são registados cerca de 30 a 800 casos por 100 mil habitantes.
A que temperatura deve estar o café e o chá?
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IRAC), parte integrante da Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda que se tome chá a uma temperatura de 65 graus ou menos, para evitar riscos à saúde. Já os investigadores da universidade de Northumbria consideram que o ideal seria ingerir a bebida entre os 45 e os 60 graus.
No que ao café diz respeito, recomenda-se que a bebida seja consumida entre os 48 e os 60 graus.