![Sexo depois do cancro. Arrepiante esta experiência de 9 mulheres - veja aqui](/assets/img/blank.png)
A intimidade enquanto se está a receber quimioterapia não é um parque de diversões. Ao que tudo indica, esta pode ser uma parte importante da relação que se esvai com o tempo, uma vez que os tratamentos não são os mais indolores no que toca ao cancro, e o sexo começa a ser um tema ainda mais tabu. No entanto, há que desmistificar.
A sair o primeiro episódio no dia 14 de fevereiro, “Sex And The Titty” é o novo podcast das amigas Jackie, Diana, Claire, Debbie, Elaine, Nicola e Antonia, mulheres que vivem com cancro da mama, e Heather e Dawn, que felizmente já o conseguiram derrotar. Neste projeto, que será constituído por quatro partes, as amigas vão tentar quebrar a barreira que existe quando se fala sobre o sexo e o cancro, explicando de forma descontraída aquilo que aconteceu nas suas próprias relações - o que, certamente, não foi algo fácil de revelar.
Isto porque a junção das relações sexuais à quimioterapia não é, de todo, bonita. Nas palavras das mulheres, que falaram com o “The Mirror”, os sentimentos são de pura mutilação por causa das cirurgias, exaustão devido à quimioterapia e, o maior deles todos, o sentimento de não sentirem que são merecedoras de serem amadas. Todas elas explicaram que o cancro da mama lhes tinha roubado a sua versão mais feminina, e que tinham sido deixadas com uma “sensação de violação” na altura em que tudo estava a acontecer.
Além disso, uma outra coisa de que todas se queixaram foi o facto de não terem sido avisadas sobre como o cancro podia fazer com que as relações sexuais se tornassem dolorosas, e que a não utilização de preservativos podia afetar gravemente os seus parceiros. Debbie, a certa altura, chegou mesmo a explicar ao jornal que a quimioterapia que fazia podia queimar a parte íntima da pessoa com quem estava. “Estava a namorar com uma pessoa quando me foi diagnosticado o cancro, mas acabámos a relação porque eu não conseguia lidar com os meus problemas e com os dele ao mesmo tempo. No entanto, o hospital não me disse que, se tivesse tido relações sexuais durante a quimioterapia, poderia ter queimado o pénis dele”, disse.
Claire, na conversa, também explicou que as suas relações com o marido já não eram as mesmas, e que por agora só conseguem dar beijos um ao outro. “Durante a quimioterapia, as enfermeiras perguntaram-me uma vez se eu usava contraceptivo. Mas eu disse-lhes: 'Não - não estamos a fazer nada disso'. Beijamo-nos e abraçamo-nos, mas fisicamente tem sido muito doloroso ter relações sexuais porque tenho distrofia vaginal, uma vez que fiz uma histerectomia antes do cancro da mama”, revelou. Antonia acabou por concordar com Claire neste assunto.
“O cabelo foi-se, as pestanas foram-se, as mamas foram-se. E ainda por cima, a libido também desapareceu e comecei a suar durante a noite. O sexo era doloroso e o meu marido morria de medo de se aproximar de mim porque conseguia ver a dor nos meus olhos”, confessou. No entanto, todas elas se juntaram para criar um podcast que promete quebrar barreiras, explicando que o cancro não pode, nunca, tirar o direito de uma mulher de ser isso mesmo: uma mulher, com todo o seu poder e virtude.
“Levei dois anos a deixar de ter raiva, e estar de roupa interior com todas estas outras senhoras faz-me sentir orgulhosa do ponto a que já consegui chegar”, disse Dawn, ao que Antonia acrescentou que agora se sente “mais resiliente, determinada e desafiadora”, vivendo a vida um dia de cada vez. “Preocupava-me o facto de perder as minhas mamas enquanto mulher. Optei por uma lumpectomia e fiz uma tatuagem no mamilo, o que me fez sentir mais feminina novamente”, rematou Elaine.