O telemóvel dobra, tem Escobar no nome e o papel de parede do equipamento é de Pablo Escobar, o barão de droga que, na década de 80 e 90, trouxe terror à Colômbia durante a construção do seu império. Mas que smartphone é este e porque é que, de repente, começou a aparecer nos meios de comunicação?

Chama-se Escobar Fold 2 que, na verdade, não é mais do que um Galaxy Fold, da Samsung, com uma espécie de película dourada por cima que tenta imitar o ouro. E tornou-se mais popular depois de Marques Brownlee, um youtuber de tecnologia, ter feito publicado um vídeo esta quarta-feira, 11 de março, a falar sobre a empresa.

Liderada por Roberto Escobar, o irmão do traficante e "antigo contabilista e responsável de assassinatos do cartel de Medellín" (é exatamente assim que se apresenta na página de contactos da empresa), a Escobar Inc. especializa-se no comércio de todo o tipo de artigos de merchandising que sirvam para vender a imagem de Pablo Escobar.

E só muito recentemente terão decidido apostar no mercado tecnológico. Problema? É que embora o telemóvel esteja disponível para compra, por 399 dólares (cerca de 368€), o consumidor comum provavelmente nunca o vai receber porque os equipamentos só estão a ser enviados a youtubers e a jornalistas de tecnologia. O objetivo é simples: gerar falatório e fazer subir o rendimento da empresa sem ter de comercializar o que quer que seja.

No vídeo de Marques Brownlee, o youtube revela que este suposto telemóvel inédito de Pablo Escobar não passa, na verdade, de um verdadeiro Galaxy Fold (que em Portugal custa mais de dois mil euros) com autocolantes por cima. Mas como é que a empresa poderá estar a fazer dinheiro com isto?

É simples: através da exposição nos media, a Escobar Inc., que diz querer concorrer diretamente com a Samsung (mesmo que compre os seus produtos), espera que a notoriedade seja suficiente para levar o consumidor comum a comprar um produto que, mais tarde, nunca será enviado.

É isso que permite à empresa comprar telemóveis de dois mil euros e "vendê-los" a menos de 400€, já que os únicos modelos que envia são, muito provavelmente, unidades de teste para youtubers, jornalistas e outros meios de comunicação. Embora não seja possível ter acesso ao número de vendas da empresa, são muitos os curiosos que provavelmente já terão sido afetados pelo esquema fraudulento.

Após o vídeo de Marques Brownlee, que tem mais de 10 milhões de seguidores no YouTube, foram vários os artigos que surgiram a denunciar a empresa que, até agora, ainda não reagiu às acusações.

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