Com apenas cinco episódios, a nova minissérie da HBO contou, misturando o género documental com a ficção, a história de um dos maiores desastres nucleares da História — e de como o governo tardou em agir perante a tragédia. Falamos de "Chernobyl", que retrata o desastre nuclear de 1986 em Pripyat, na Ucrânia. Com apenas dois episódios lançados, a série foi considerada um sucesso pela crítica e chegou mesmo a ultrapassar "Breaking Bad" e "Os Sopranos" no IMDb.
Só que nem toda a gente gostou do que viu. A Rússia já fez saber o seu descontentamento face à série, por considerar que está repleta de incoerências e mentiras. Mas, principalmente, porque mostra a falta de agência do governo soviético da Ucrânia.
É que a cidade de Pripyat só foi evacuada 24 horas depois da explosão e a União Soviética demorou dois dias a admitir o desastre. E só o fez porque a radiação foi sentida a mais de mil quilómetros de Chernobyl, na Suécia.
Segundo o "The Moscow Times" escreve esta terça-feira, 4 de junho, a Rússia não gostou de ver a imagem da União Soviética manchada na série — e diz que só eles têm o direito de escrever sobre a história que lhes pertence.
"Só nós temos o direito de falar sobre a nossa história, por isso não se metam", cita a mesma publicação, que avança ainda que o canal NTV, um dos três mais populares no país, já começou as filmagens de uma série sobre o desastre.
A história desta série, que ainda não tem título ou data de estreia anunciada, vai inspirar-se na teoria da conspiração de que, na verdade, foram espiões norte-americanos os responsáveis por sabotar o reator da central nuclear. Nesta nova produção os heróis da série vão ser os agentes dos serviços secretos russos.
Segundo a mesma publicação, que terá chegado à fala com o produtor Alexei Muradov, há uma teoria "suportada por vários investigadores que indica que, no dia em que o reator explodiu, havia vários espiões norte-americanos" em Pripyat.