"Os Traidores" chegaram à SIC este domingo de Páscoa, 9 de abril. O formato — baseado no original “De Verraders”, transmitido nos Países Baixos — trouxe também uma apresentadora de peso, dado que é Daniela Ruah, que trocou Portugal pela ribalta de Hollywood há vários anos, que conduz o novo reality show da estação de Paço de Arcos.

A premissa é relativamente simples: 20 concorrentes lutam por um prémio final de 20 mil euros, em barras de prata, que vão acumulando ao longo da competição se forem bem sucedidos nas várias missões que lhes são apresentadas, sendo que estes participantes têm de jogar em equipa para conquistar o dinheiro. O problema? Entre eles estão três traidores, que tudo farão para eliminar os fiéis (restante grupo) um a um todas as noites, sem que a sua identidade seja revelada.

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No final do programa, o grupo que restar em competição divide o prémio final, caso sejam todos fiéis. Mas, se um dos traidores chegar à final, pode levar o dinheiro todo para si. Caso cheguem dois ou mais traidores ao fim, o prémio final também pode ser dividido.

Percebida a dinâmica, estivemos atentos à estreia de "Os Traidores" e podemos dizer que, pelo menos ao primeiro programa, é o reality show que mais nos prendeu nos últimos tempos — até porque já ninguém tem paciência para vozes, nomeações e confessionários. Espreite os quatro motivos que nos levaram a ficar fãs desta aposta da SIC.

1) O casting — que, graças a todos os santinhos, não saiu de uma discoteca de classe B

Há anos que assistimos aos reality shows da TVI e sentimos que estamos sempre a ver os mesmos concorrentes (à exceção do "BB2020", que teve realmente um casting original): pessoal bombado do ginásio, wannabe influencers, um ou outro ocasional barraqueiro.

Com "Os Traidores", é a primeira vez em muito tempo que sentimos que os participantes não foram escolhidos na noite do semáforo de um qualquer bar. Pessoas de todas as idades, de diferentes meios sócio-económicos, com profissões tão variadas como comerciais, jornalistas, professores, tiktokers, contabilistas, polícias e até um pastor mórmon (que vá, não é bem a profissão do Júlio, mas vocês percebem a ideia).

É com gosto que olhámos para este leque de concorrentes e sentimos mesmo que estão ali pelo jogo, prémio final e não apenas pelos cinco minutos de fama. E ok, está bem que não conseguiram resistir à tentação de ter o namorado de um ex-BB, mas achamos que Luís Henrique (a.k.a., Lu do António) tem tanto para dar ao programa que perdoamos.

2) A personagem de Daniela Ruah (e os looks)

Outro ponto interessante da nova aposta da SIC é a escolha da apresentadora. Nada contra Diana Chaves, a comunicadora da SIC normalmente escolhida para estes formatos nobres da estação, mas achamos que Diana é demasiado fofinha para "Os Traidores" — mais casamentos, menos facadas nas costas, percebem a ideia? É claro que estamos curiosos para ver a apresentadora no especial desta segunda-feira, 10 de abril (e com a certeza que não nos vai desiludir no que toca ao look), mas sabe bem ver outro tipo de caras na televisão.

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Não só Daniela Ruah está mais do que à vontade na apresentação do formato, como criou ali uma personagem misteriosa, enigmática e assertiva de que estamos mais do que fãs (mas que quase não aguentou as lágrimas quando Liliana falou do cancro do filho). E os looks poderosos? Impecável.

3) A produção de luxo

No que diz respeito às audiências e popularidade dos reality shows, é verdade que a TVI sempre bateu a SIC — e nem vamos falar do desespero da estação de Paço de Arcos em colmatar o grande erro que foi recusar o "Big Brother" com formatos que foram do "Masterplan" ao "Acorrentados", e ao infame "O Bar da TV".

Mas a conversa muda quando falamos da produção, e há muito que a SIC consegue oferecer produtos visualmente melhores. Em "Os Traidores", o "mosteiro" (que é na verdade o Montebelo Alcobaça Historic Hotel) é lindo de morrer, os vídeos de apresentação têm mais ritmo, as filmagens parecem mais cuidadas, e não assistimos a um rol de clichés quando vemos os concorrentes a falar de si mesmos (ou quase, vá). E é inegável que o programa tem muito ritmo, e já estamos aqui em pulgas para saber quem foi assassinado durante a noite.

4) Potencial para facadas nas costas? Ui, se temos

Num programa chamado "Os Traidores", é bastante óbvio que estamos ali para ver sangue. Mas há qualquer coisa de refrescante neste grupo de pessoas que é só sorrisos nas salas comuns, para já estar a planear a melhor forma de fazer a cama aos colegas no momento seguinte.

Ana Garcia Martins é a nova comentadora de "Os Traidores". Emissão especial é conduzida por Diana Chaves
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E há mesmo quem esteja ali para levar o saque todo para casa. Enquanto que os fiéis são obrigados a dividir o prémio final entre si, um único traidor pode ficar com os 20 mil euros caso chegue ao fim sem ser detetado. E bem vimos a Liliana toda amiga dos seus queridos traidores para depois admitir que vai fazer de tudo para os mandar para casa e ficar com o dinheiro todo só para ela.

Em suma, há muito potencial para mentira, manipulação, traição e facadas nas costas. E é disso que o meu povo gosta.

"Os Traidores" é transmitido aos domingos à noite e apresentado por Daniela Ruah.