Não convém que se ponha a avançar por este artigo abaixo caso esteja num breve interregno de uma tarefa importante. Não é pela prosa que por aqui se desenvolve, mas antes pelo que aí vem. É que, finalmente, temos um pretexto para fazermos uma viagem pela carreira de Ricardo Araújo Pereira. Não, não aconteceu nenhuma desgraça. O humorista, jornalista e comentador político vai mudar-se da TVI para a SIC, notícia que foi avançada na manhã desta sexta-feira, 3 de janeiro, pelo jornal "Expresso". Mais. Leva consigo o "Governo Sombra", ou seja, além do programa (que se estreia na SIC a 10 de janeiro), aqueles que consigo o protagonizam: João Miguel Tavares, Carlos Vaz Marques e Pedro Mexia.

Mas, antes, vamos a contexto. Nos comandos de uma Produção Fictícias ainda bebé, Nuno Artur Silva descobriu uma discreta e potencial pérola do humor português. Ricardo Araújo Pereira era um jornalista com gosto pela escrita, em particular pela escrita humorística. Nos anos 90, o fundador desta agência de guionistas chama-o para a sua equipa, pondo-o a trabalhar em textos que vêm a ser protagonizados por Herman José ou Maria Rueff, nos programas "Heman 98", "Herman 99" e ainda "O Programa da Maria".

Ricardo Araújo Pereira muda-se para a SIC. "Governo Sombra" acompanha-o
Ricardo Araújo Pereira muda-se para a SIC. "Governo Sombra" acompanha-o
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Em 2003, RAP sai dos bastidores e, além de escrever, começa a interpretar, primeiro junto de José Diogo Quintela em "Perfeito Anormal", depois com "Gato Fedorento", a que se somaram os nomes Miguel Góis e Tiago Dores. Vieram depois programas de sátira e humor político, como "Diz Que É Uma Espécie de Magazine", "Gato Fedorento: Esmiúça os Sufrágios" ou "Isso é Tudo Muito Bonito, Mas".

Tanto caminhou, que é hoje uma das maiores referências do humor em Portugal. Pelo caminho, foi-nos deixando expressões que, de tanto se repetirem, acabaram por ser cristalizadas pela cultura popular: "Falam, falam, falam, mas não dizem nada", "ah e tal", "personalidade jurídica", "banano", "lusco fusco", "o que é que eu fiz?", "pode-se fazer, mas é proibido, mas pode-se fazer", "vai dar uma ganda bolta".

Da estreia frente às câmaras em "Perfeito Anormal", ao sucesso de 2019 "Gente Que Não Sabe Estar", reunimos alguns dos mais famosos sketches e momentos de RAP — entrevistas a atuais e antigos primeiros-ministros incluídas.

Divirta-se.

2002, "Perfeito Anormal", SIC Radical. "A Minha Vida Dava um Filme Indiano"

2003, "Gato Fedorento — Série Fonseca", SIC Radical. "O homem a quem parece que aconteceu não sei o quê"

2003, "Gato Fedorento — Série Fonseca", SIC Radical. "Lusco Fusco"

2004, "Gato Fedorento — Série Meireles", SIC Radical. "Primeiro Ministro com Dupla Personalidade"

2005, "Gato Fedorento — Série Barbosa", SIC Radical. "Matarruanos dão Indicações"

2005, "Gato Fedorento — Série Barbosa". "Teste de Bazófia"

2006, "Gato Fedorento — série Lopes da Silva", RTP. "O Javardola"

2006 - 2007, "Diz Que É Uma Espécie de Magazine", RTP.  "Assim Não"

2008, "Gato Fedorento — Zé Carlos", SIC. "Louvado sejas ó Magalhães"

2009, "Gato Fedorento: Esmiúça os Sufrágios", SIC. Entrevista com José Sócrates, então primeiro-ministro português

2014, "Melhor do que Falecer", TVI

2014, "Crónica Diária Jornal das 8" com Bruno Nogueira, TVI

2015, "Isso é Tudo Muito Bonito, Mas" com Assunção Cristas, TVI

2015 a 2019, "Governo Sombra", TVI

2019, "Gente que Não Sabe Estar". Entrevista ao Primeiro-Ministro, António Costa

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