A partir de novembro, Manuel Luís Goucha junta-se ao restrito lote de apresentadores portugueses que está no ar seis dias por semana. O apresentador de 69 anos é o escolhido para conduzir o formato que vai substituir "Somos Portugal". O programa das tardes de domingo da TVI chega ao fim, após 13 anos de emissões e um percurso maioritariamente vencedor.

O anúncio das duas novidades aconteceu esta quarta-feira, 11 de setembro, na Parada das Estrelas, evento que serviu para revelar as novidades da estação de Queluz de Baixo para os próximos meses. De uma assentada, José Eduardo Moniz comunicou que o "Somos Portugal" chegava ao fim e que o eleito para ocupar esse horário seria o veterano de 69 anos.

Aos jornalistas, Manuel Luís Goucha explicou que este novo desafio é "um grande programa de entretenimento familiar, das duas às oito, com público". " Tenho muitos poucos dados, soube isto há dois dias", revelou o apresentador. O convite foi feito por José Eduardo Moniz que, como conta Goucha, lhe disse que irá manter o formato atual das tardes da TVI durante a semana. "Ele disse até haver uma nova solução. Quando haverá nova solução? A gente não sabe". O apresentador detalhou que, aquando o convite, que foi feito na segunda-feira, 9 de setembro, disse ao homem forte da TVI que não ia continuar a fazer "Goucha". "Mas ele hoje disse-me que eu tinha de fazer o da tarde enquanto não hã solução".

Questionado sobre a reação de Cristina Ferreira, diretora de entretenimento e ficção da TVI, Goucha respondeu. "A Cristina só se ri. A Cristina ficou preocupada com as tardes. O Zé Eduardo hoje [11 de setembro] liga-me a dizer que a Cristina ficou preocupada com a tarde, ao fim e ao cabo, [por] desguarnecer aquela hora. Mas tem que se arranjar uma forma. Se fosse duas horas, era mais complicado."

O que se sabe sobre o novo programa de Goucha?

Bem-disposto, o comunicador, que terminou recentemente a condução de "Dilema", diz que os seus planos para "desacelerar" vão ficar novamente adiados. "Eu queria ter sossego. Mas, para quem queria ter sossego, isto é o contrário". Este novo formato é uma estreia para Manuel Luís Goucha, que nunca conduziu um programa deste género a solo. "Agrada-me muito a ideia de ter, aos 70 anos, um desafio completamente diferente", explica.

"Eu disse, a gozar, que ia ser o Jílio Isidro da modernidade", brincou Manuel Luís Goucha, remetendo para um dos clássicos da televisão portuguesa, "O Passeio dos Alegres". O novo programa das tardes de domingo da TVI poderá ter semelhanças com êxitos da televisão brasileira, como "Domingão do Faustão" ou "Programa Silvio Santos".

"Eu por acaso sempre me achei melhor do que o Faustão, mas em nível, e em físico também", brincou. "Não sei se vai ter que ver, porque esses são programas de grande aparato. Acho que vai ter muito público mas não sei, de todo, nada mais."

O contrato de Manuel Luís Goucha com a estação de Queluz de Baixo termina em dezembro. "Ainda havemos de pensar nisso. Agora vou de férias, depois falaremos... mas é com a direção, não é convosco", brincou o apresentador.

Globos de Ouro? "É para eu perder pela terceira vez"

A 29 de setembro, acontece a 28.ª edição dos Globos de Ouro. Manuel Luís Goucha está, pelo terceiro ano consecutivo, nomeado na categoria Personalidade do Ano Entretenimento, juntamente com os repetentes João Baião, Vasco Palmeirim e César Mourão (que já venceram a estatueta) e o estreante Cláudio Ramos.

"É para eu perder pela terceira vez (risos)! Depois disto é que perco mesmo!", brincou o apresentador. "Não faço questão nenhuma que seja [este ano]. Isto é conversa de perdedor. Já tenho o smoking feito há dois meses", confessa Goucha.

"A nomeação já é interessante porque é escolherem-me de um conjunto de pessoas ligadas ao meio. A votação não tem que ver com o público, é uma decisão da SIC. O júri nomeia, a decisão final é da SIC", diz Manuel Luís Goucha que, como é hábito, marcará presença na cerimónia, que acontece no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. "Lá estarei, com um belíssimo smoking. Não vou mentir e dizer que nunca pensei em ganhar. Claro que sim, tenho o discurso preparado há dois anos", concluiu.