O "Jornal das 8" deste domingo, 13 de setembro, é o noticiário escolhido para inaugurar os novos estúdios da informação da TVI. Não se trata apenas de uma remodelação estética mas sim de um reformatar tecnológico e também de um reforço da filosofia de "proximidade" da informação da estação, como salienta Anselmo Crespo.

O diretor de informação da TVI, que iniciou funções no início deste mês, explica à MAGG tudo o que vai mudar. "Vamos ter um novo estúdio, super tecnológico e totalmente 360", começa por dizer. Isto significa que a mesa central onde o telespectador vê pivôs e comentadores vai ter "3 ambientes diferentes", um para cada um dos noticiários centrais da informação do canal: "Jornal da Uma", "Jornal das 8" e o prime time da TVI24.

A tecnologia também vai estar presente com recurso à realidade aumentada. "Vamos ter sobretudo outras ferramentas para conseguir passar informação de forma mais inovadora e criativa. Para nós, a questão da inovação não existe por si. Existe para conseguirmos fazer chegar notícias às pessoas de uma forma mais facilmente apreensível", explica o responsável da estação de Queluz de Baixo.

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A mudança é também no aspecto visual e, de acordo com Anselmo Crespo, "marca uma diferença grande face àquilo que é a imagem que as pessoas têm sobre os estúdios da TVI". "Tem cores muito mais sóbrias, é muito mais clean. É também mais próximo do que é feito por grandes cadeias de informação".

"A informação da TVI tem uma marca muito clara, a da proximidade às pessoas"

A informação da TVI vai também ter uma inovação inédita. "Vamos ser a primeira televisão em Portugal a ter QR Code [código de barras bidimensional que, após ser lido com a câmara de um telemóvel, é convertido em, por exemplo, uma hiperligação para um site]. Os telespectadores vão poder apontar a câmara do telemóvel para o QR Code e serem direcionados para o site da TVI24", explica Anselmo Crespo. Isto significa na prática que um tema abordado numa peça jornalística que, em média tem "1 minuto e meio a dois minutos" possa ter informação adicional através do uso deste mecanismo.

Podemos então falar de uma nova linha editorial na informação da TVI? "Depende de que TVI estamos a falar. A TVI tem 27 anos. Todas as televisões vão sofrendo mutações. A informação da TVI tem uma marca muito clara, a da proximidade às pessoas. Essa marca não sou eu que a vou trazer agora. Quero reforçá-la. Quero que o País se sinta representado de alguma forma na maneira como fazemos informação. Que não se olhe apenas para Lisboa, para o Porto mas quando se fala do Porto se fale do Norte, quando se fala do País se fale de norte a sul, incluindo arquipélagos. A questão do mais ou menos sóbrio tem a ver com uma evolução natural que as televisões vão fazendo ao longo dos anos", explica o jornalista.

Anselmo Crespo salienta ainda que a âncora da informação na TVI generalista será o "Jornal das 8", não havendo previsão de programas autónomos, como aconteceu anteriormente com os formatos conduzidos pelas jornalistas Ana Leal e Alexandra Borges. No entanto, ressalva: "a investigação vai continuar a ser uma marca da informação da TVI. O 'Jornal das 8' tem de acrescentar valor à informação do dia. E isso passa por comentário, entrevista, investigação, grande reportagem... tudo isso vai estar no 'Jornal das 8' e vai estar quando nós tivermos produto concluído. Nós achamos que o jornalismo não se faz a metro. A investigação vai para o ar quando está pronta".

Prova disso é que, como revela Anselmo Crespo, no dia 16 de setembro é emitido o primeiro episódio de uma investigação da jornalista Alexandra Borges sobre Matthias Schmelz, empresário alemão investigado pelas autoridades portuguesas por alegados envolvimentos sexuais com menores. Será uma reportagem dividida em 4 episódios, inserida dentro do "Jornal das 8".