José Eduardo Moniz, o novo diretor geral da TVI, falou sobre o regresso à estação e recordou o momento duro de há 13 anos, em julho de 2009, quando teve de deixar o cargo que agora volta a ocupar. "Houve um enormíssimo sentimento de perda para mim", disse o profissional de 69 anos em entrevista a Cristina Ferreira, um formato especial (semelhante ao "Conta-me") emitido na tarde deste sábado, 26 de fevereiro.
"Não me apetecia ir embora, e não me queria ir embora", recordou José Eduardo Moniz, que revelou que se tratou de um dia difícil. "Nesse dia, fui-me completamente abaixo", acrescentou, salientando ainda os motivos que o levaram a deixar o comando da estação de Queluz de Baixo.
"Fui-me embora, porque se não fosse, a TVI era destruída. Porque podia ser um fator de fractura dentro da empresa, e não podia permitir que isso acontecesse. Obviamente que tinha um projeto que me parecia muito aliciante no momento em que saí, que revelou-se não tão aliciante assim, mas pelo menos permitiu-me conhecer mundo, viajar muito e aprender."
Ao longo da entrevista, José Eduardo Moniz salientou várias vezes sentir-se "30 anos mais jovem" do que é na realidade, e revelou que, aos 69 anos, teve oportunidades que, para a maioria das pessoas, não surgem nesta fase da vida. "Nunca tive tantas oportunidades na vida como tive nestes últimos tempos. Inclusive tive de recorrer a ajuda profissional para me explicar por que caminhos devia seguir. Não me é normal, com a minha idade, ter as oportunidades que as pessoas aos 30 e aos 40 anos costumam ter. E eu estou a tê-las a todas, aqui e no estrangeiro."
Sobre a escolha de regressar à TVI, o agora novamente diretor geral da estação de Queluz de Baixo explicou que seguiu o conselho do profissional que o acompanha. "Disse-me para começar a arrumar gavetas. E esta gaveta da TVI é uma gaveta que gosto, uma casa que é minha. Minha não, na verdade é das pessoas que a fazem e a veem."
Sobre o retorno à televisão, José Eduardo Moniz explicou que nunca teve dúvidas de que tal acontecesse. "Tinha a certeza de que nunca deixaria de fazer televisão, fosse onde fosse. Sempre senti que este era o meu meio, e de uma maneira ou de outra, ficaria ligado a ele."
"Venho para a TVI para somar, não venho para subtrair. Se não for para somar, não vale a pena", disse o diretor geral da estação, que vai trabalhar lado a lado justamente com Cristina Ferreira, que ocupa o lugar de diretora de Ficção e Entretenimento. "Somos duas pessoas que gostam da casa e estão disponíveis para darem as mãos e tocar este barco, para que ele volte a ser aquilo que já foi", salientou. "Em conjunto, vamos ter de pensar muito."
"E vamos discutir muito?", questionou Cristina Ferreira. "Não tenho dúvidas nenhumas sobre isso", respondeu José Eduardo Moniz, que revelou ainda que o futuro da TVI se prende com um "salto para o desconhecido". "Se queremos surpreender as pessoas, temos de o fazer. O modelo que existe na televisão hoje em dia é um modelo com 20 anos, implementado pela TVI, que os outros copiaram", concluiu o profissional.
José Eduardo Moniz regressa à estação de Queluz de Baixo e ao cargo que deixou em julho de 2009, depois de dez anos na estação e durante os quais foi responsável por tornar a TVI líder de audiências, graças à aposta na ficção televisiva e também naquele que seria o primeiro reality show português, o "Big Brother".