O início da emissão estava marcado para as 21 horas desta segunda-feira, 22 de novembro, mas antes disso, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, teve lugar uma cerimónia inaugural da CNN Portugal, na qual a MAGG esteve presente, que contou com a presença do empresário e presidente do Conselho de Administração da Media Capital Mário Ferreira, Rani Raad, presidente da CNN Worldwide Commercial e até de Richard Quest, jornalista e pivô da CNN, reconhecido pela sua expressividade.

No total, estiveram presentes 400 convidados para assinalar a estreia de um canal que, em Portugal, quer trabalhar a informação televisiva de forma diferente, "à americana" e tendo o rigor sempre como pedra basilar, tal como explicou Isaura Quevedo, jornalista e uma das pivôs do canal, à MAGG.

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Foi isso, aliás, que antes dos discursos, Richard Quest fez questão de reforçar à entrada dos Mosteiros do Jerónimos, falando do lançamento da CNN Portugal como um marco diferenciador na forma de se jornalismo em Portugal, desejando "boa sorte" à concorrência. "À nossa concorrência, tenho a desejar boa sorte. A partir de agora, estarão a competir com quem inventou o conceito de notícias em permanência e durante 24 horas", referiu Quest.

Foi esse tom diferenciador, aliás, a ser reforçado durante os discurso inaugurais. Nuno Santos, o diretor do novo canal, garantiu que a CNN Portugal vai contribuir "para tornar a nossa democracia mais robusta".

Já Raani Raad, começou por dizer que a CNN chegava a Portugal com "espírito de exploração" e sentido de dever.

"Sabemos que, em Portugal, há um ditado muito popular que diz qualquer coisa como: a mentira tem perna curta. Se há coisa que aprendemos com a CNN ao longo de todas estas décadas, é que essas pernas podem correr depressa e podem fazer estragos. Por isso, esta noite, juntamente com os nossos irmãos e camaradas em Portugal, garantimos que o nosso trabalho passará por minimizar o impacto causado por essas pernas", explicou o presidente da CNN Worldwide Commercial.

"Sem um jornalismo forte, é a própria democracia que fragiliza"

Mário Ferreira, o último a discursar antes do lançamento do canal, às 21 horas, falou de um projeto que tem como ofício "levar as notícias aos cidadãos".

"Sem um jornalismo forte e verdadeiramente livre, é a própria democracia que fragiliza. Isso é mais ainda grave nos dias que correm, em que o mundo, mas também o nosso País, tem visto crescer movimentos radicais e populistas, forças que não querem ser escrutinadas nem se sentem obrigadas a falar verdade", referiu o empresário.

400 pessoas juntaram-se em Lisboa para celebrar o lançamento da CNN Portugal (e não faltou ninguém)
O evento de lançamento da CNN Portugal decorreu esta segunda-feira, 22 de novembro, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa

No Mosteiro dos Jerónimos estiveram presentes, entre outras figuras, nomes como o vice-almirante Gouveia e Melo, Tony Carreira e Pedro Abrunhosa (ambos acionistas da Media Capital), o ator Diogo Infante, Joana Amaral Dias, o ministro da Economia Pedro Siza Vieira, a deputada do Partido Socialista Isabel Moreira e até André Ventura que, à entrada dos Jerónimos, falou da chegada do canal como um passo para "ajudar à democratização da informação".

"Precisamos de informação objetiva e partilhada. Vivemos num mundo muito rápido e todo o esforço para melhorar a informação é sempre bem-vindo", referiu o deputado único e líder do Chega em declarações à CNN Portugal.

Também António Costa prestou declarações, falando do casamento entre a TVI e a CNN como um processo do qual só poderia "resultar boa informação, agarrada aos factos, que permita que o debate se faça com base" no diálogo.

"Espero rigor do jornalismo [feito pela CNN Portugal], porque aquilo que filtra a verdade da inverdade é, efetivamente, o profissionalismo da informação. O jornalismo profissional é cada vez mais importante", reforçou o primeiro-ministro.

Também Carlos Moedas, atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, falou da CNN Portugal como "uma marca de excelência" e como "a garantia de que aquilo que estamos a ler, ouvir e falar, é verdade". Já Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que "tudo o que é bom para a comunicação social, é bom para o País".

Um canal "diferente" que possa servir "de exemplo"

Manuela Ferreira Leite, uma das figuras presentes na apresentação do canal, fez questão de reforçar que este "não é mais um canal de informação".

De Judite Sousa a Júlio Magalhães, quem vai poder ver todos os dias na CNN Portugal
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"É um canal diferente e espera-se que seja diferente. A qualificação e as características da CNN são, com certeza, diferentes das nossas e espera-se que sirva de exemplo para outros canais", refere. Afinal, nas suas palavras, "tudo o que sirva de exemplo a outros canais só pode ser útil para quem sege a informação".

Sobre se, atualmente, é mais difícil ser comentadora, Manuela Ferreira Leite garante que antes "a atividade do comentário não era tão intensa". "Mas também se tornava mais difícil, porque não havia possibilidade de contraditório", explicou aos jornalistas.

"Atualmente, esse aspeto é mais ultrapassável através do comentário, desde que o comentário tenha, também ele, direito a contraditório", sublinhou.

A ex-ministra explicou ainda que foi convidada para manter-se na CNN Portugal depois de ter assumido um espaço de comentário na TVI 24. "Vou manter-me na CNN Portugal. Talvez não no mesmo formato, mas num um pouco diferente, mais adaptado às regras e aos modelos" do novo canal da Media Capital, garantiu.

Já Júlio Magalhães, um dos jornalistas séniores da estação, fala aos jornalistas de como será o seu espaço que partilhará com Judite Sousa. "Há muita esta coisa de, na cultura americana, haver um jornal em que o jornalista que apresenta também dá opinião, escolhe os convidados e os temas. E isso vai fazer a diferença no nosso jornal", explica.

Apesar disso, Júlio Magalhães e Judite Sousa nunca apresentarão o bloco informativo, às 21 horas, juntos. Rodarão semanalmente, conta. Quando questionado sobre se tinha saudades da televisão, Júlio Magalhães é assertivo: "Tinha, claro. É um regresso a casa. Venho para um projeto novo e com o carimbo da CNN depois de tantos anos de carreira. Acho que mereço", concluiu.

O novo canal do grupo Media Capital, que tem Nuno Santos como diretor, substitui a TVI24 a partir desta segunda-feira.

Os blocos informativos já são conhecidos e a partir da próxima terça, 23, o período das 6h30 às 10 horas será conduzido por Isaura Quevedo e André Neto de Oliveira, em Lisboa, com Diana Bouça-Nova a partir dos estúdios da CNN Portugal no Porto.