Ao contrário da sua música "Eu tenho Dois Amores", Marco Paulo continuará fiel à SIC... pelo menos nos próximos tempos. O cantor de 76 anos esteve esta segunda-feira à conversa com Júlia Pinheiro e aproveitou para comentar e desmentir o comunicado feito na sexta-feira passada pela TVI.
A missiva da estação de Queluz de Baixo, enviada aos meios de comunicação social após o "Correio da Manhã" noticiar que Marco Paulo teria assinado contrato com a SIC, adiantava que tinha sido o cantor a abordar a TVI no sentido de uma possível colaboração.
O mesmo comunicado salientava ainda não haver "qualquer interesse, nem no presente, nem no futuro, da parte da TVI" numa colaboração ou contratação de Marco Paulo.
Ora a versão do cantor é diferente. Marco Paulo diz que foi "metido numa teia", "disputado" por dois canais e vai mais longe, afirmando que lhe foi prometido que seria "a segunda cara" da TVI (embora em nenhum momento da entrevista faça referência ao nome da estação de Queluz de Baixo).
Marco Paulo refere-se sempre a uma "pessoa" da TVI, com quem tem uma relação próxima e com quem terá almoçado. "Eu já tinha falado com a pessoa, almoçado e jantado com uma pessoa - não vou falar em nomes - e de quem era amigo pessoal. Um dia estava num concerto e estava a ser transmitido o concerto através dos ecrãs da SIC. Eu estava em casa e recebo um telefonema de alguém a dizer-me que eu não tinha de estar na SIC, porque é que não tinham já falado para ir para outro canal, se eu tinha contrato com a SIC, porque é que eu não estava lá", começa por explicar.
"Como eu já conhecia a pessoa, havia uma certa simpatia. O que eu estranho, quando dizem que me ofereço... oferecer para ter trabalho não é crime, que eu saiba. Que eu andei a aproveitar para subir a minha cotação? Eu não faço parte da bolsa", salienta.
Depois, Marco Paulo relata que foi abordado para um almoço "com algumas pessoas da administração". "Arranjaram-me um chauffer, vieram-me buscar e trazer, o almoço foi muito simpático e acabámos por falar de muitas coisas. Mas isso já tinha acontecido com uma pessoa de quem eu gosto muito e que me pediram se eu podia receber em minha casa. Eu disse logo que sim. A conversa tornou-se muito agradável, tirámos muitas fotografias, conversámos. E esse almoço não era para olhar para os meus olhos. Combinaram-se coisas em que eu tinha de receber uma proposta até sexta-feira passada [nr: dia em que foi emitido o comunicado da TVI]", relata.
O cantor revela que nunca chegou a receber a dita proposta. "Aguardei esse papel que não veio. Fiquei surpreendido porque antes disso tinham-me dito que ia receber essa proposta escrita e que, se eu até à noite não ligasse a dizer qualquer coisa, que iam fazer um comunicado. Um comunicado que eu achei completamente sem interesse nenhum. Porque eu já sabia disso de manhã e o comunicado apareceu à noite", relata.
Marco Paulo diz ainda estar "triste". "Era uma pessoa com quem eu almoçava às vezes, pessoas de quem eu gosto muito e podiam ter falado comigo. Fiquei desiludido e triste. Não confiar em certas pessoas às vezes dá jeito", salienta.
O intérprete de êxitos como "Ninguém, Ninguém" e "Anita" faz ainda menção a uma suposta contratação para fazer um concerto num cruzeiro (de recordar que o CEO do grupo Media Capital, Mário Ferreira, é também dono de uma empresa de cruzeiros, a Douro Azul) e também à suposta relevância que iria ter "no canal". "Quando se preocuparam com o Marco Paulo para ser o que seria a segunda figura do canal, porque está lá uma figura. Tinha uma promessa de um concerto num cruzeiro... Mas repare, eu posso ser contratado para dar um concerto num cruzeiro porque eu sou cantor".
Na entrevista a Júlia Pinheiro, o cantor não confirma se assinou contrato com a SIC, embora Júlia Pinheiro tenha feito referência a "uma série" sobre a vida do cantor. "Isso é quando o contrato estiver assinado. Não posso adiantar nada", diz ainda Marco Paulo.