Maria Rueff foi a convidada de Manuel Luís Goucha no programa da TVI "Conta-me" que foi para o ar este sábado, 13 de março. A entrevista foi longa e tocou em vários pontos marcantes da vida da atriz — um deles foi o problema de saúde pelo qual passou há cerca de um ano.
Maria Rueff falou pela primeira vez em televisão sobre o enfarte do miocárdio que teve em 2019. "Este meu acidente de saúde fez-me repensar muitas coisas, digamos que iniciei um processo e também um luto dessa tal exigência. Estou a permitir-me a mostrar algumas fragilidades que acho que nunca pude mostrar muito", disse a Manuel Luís Goucha referindo a exigência que sente por ter como "monumentos" a mãe e Herman José.
Neste momento, a atriz de 48 anos encontra-se a tentar deixar de fumar e recorda que perdeu um irmão devido ao mesmo problema, que era, na família, o único que não fumava. Maria Rueff conta que quando teve o enfarte não pensou na morte e chegou a dizer aos médicos que tinha gravações marcadas. "Tive muita sorte no processo todo", disse, revelando a importância que a filha teve neste processo tendo sido ela a tratar de tudo, com apenas 15 anos.
Maria Rueff refere que só depois começou a perceber tudo o que podia ter acontecido. "Só me aflige a ideia de ainda faltar à Laura. De lhe falhar, e sinto que, como mãe, ela ainda precisará da minha presença", afirmou. Nos últimos tempos, a atriz tem tido a preocupação de não deixar nada por dizer. "Tenho tido uma preocupação em suavizar as arestas. Gostava muito de partir sem deixar um rasto. Digo muitas vezes eu amo-te, fazes-me falta. Tenho a necessidade de mostrar às pessoas que as amo e que sou grata."
Ao longo da entrevista, a atriz falou ainda da infância complicada e da dor da descolonização que fez com que Maria tivesse de deixar Moçambique ainda muito nova. "A minha mãe veio para Portugal com seis filhos, com 40 e poucos anos, e teve de começar do zero."
Maria Rueff conta com uma longa carreira como atriz e acredita que foram as circunstâncias da vida que também a levaram para este caminho. "A tal menina que via uma família de adultos castigada e infeliz, arranjou talvez esse engenho de os pôr a rir."