Além de Ilona Matviychuk ter sido expulsa pelo público e Jacques Costa ter-se recusado a nomear e ter sido expulsa pelo Big Brother, com Cláudio Ramos a indignar-se com o comportamento da concorrente não-binária, a Curva da Vida de Gabriel Sousa também foi exibida na gala do “Big Brother 2024” deste domingo, 7 de abril.
O concorrente de Penafiel de 26 anos recordou que, quando andava no 8º ou 9º ano de escolaridade, foi jantar com os seus pais e sofreu uma tentativa de violação. “Os meus pais foram pagar a conta e eu disse que ia à casa de banho. Quando entrei nos lavabos, um senhor pediu-me ajuda, puxou-me para dentro de um cubículo e tentou violar-me na altura. Não consegui contar aos meus pais. Tinha medo de vir da escola sozinho, a minha mãe quando começou a aperceber-se que eu não queria dormir sozinho, foi quando eu lhe contei”, começou por contar, acrescentando que começou a ir ao psicólogo.
Posteriormente, Gabriel começou a “sentir atração física por homens”. “Achava que era uma coisa que não poderia acontecer, uma coisa errada, até cheguei a sentir, se calhar, nojo do meu corpo”, recordou. Nessa altura, o concorrente contou que era homossexual a uma amiga, mas quando essa amizade terminou, esta revelou a orientação sexual do engenheiro agrónomo.
“Para se vingar de mim, decidiu espalhar pela escola toda que eu era gay. As pessoas começaram a chamar-me paneleiro, a chamar-me gay. Foi realmente muito complicado para mim. Na altura, batiam-me, cheguei a ir para o hospital por três vezes. Deram-me com um ferro na cabeça, também me partiram alguns dentes. Não queria contar com medo do que poderia acontecer depois, porque, sei lá, quem bate uma, duas, três vezes, certamente se eu contasse sei que iria ser pior”, contou Gabriel.
O concorrente revelou ainda que, quando estas agressões começaram a acontecer de forma “mais repetitiva”, foi à direção da escola contar que lhe batiam e o subdiretor deu-lhe “um estalo na cara”. “Disse-me que a escola não era para homossexuais, para eu desistir e ele próprio fazia bullying muitas vezes comigo”, explicou.
Gabriel foi aconselhado a contar aos seus pais e assumiu a sua homossexualidade à mãe, que “reagiu muito bem” e o aceitou, tal como o seu pai. “Eu fiquei livre, na verdade, porque finalmente ia poder ser quem eu era e ia poder ser uma pessoa mais feliz”, disse.
Enquanto sofreu de bullying, Gabriel tentou acabar com a própria vida. “Eu também tive um episódio durante esta altura em que me tentei suicidar. Depois destes episódios, fiquei uma pessoa muito fria também”, recordou, acrescentando que foi aqui que começou a meditar.
Já na faculdade em Bragança, o concorrente admite ter sido “realmente muito feliz”. Enquanto trabalhava num café e estudava para pagar o quarto onde estava e as suas contas, Gabriel ganhou 5.000€ numa raspadinha de 10€. Como tal, decidiu fazer meio ano de Erasmus na Roménia, uma “aventura” que o fez crescer “muito”.
Foi durante estes meses que apareceu o “único grande amor” que teve. “Depois de dois, três meses de andarmos a falar e a sair, ele mandou-me uma mensagem no Whatsapp e disse-me algo como: ‘olha, gosto muito de ti, estou a gostar de te conhecer, mas na verdade não te contei, mas eu namoro e o meu namorado vai voltar em breve para cá e, por isso, não vamos poder voltar a estar juntos’”, recordou.
Gabriel contou também que, no dia em que acabou o curso, o avô, que era “o pilar da família”, morreu. Depois disso, o pai foi diagnosticado com cancro na garganta. “Ele deixou de falar por completo. Hoje em dia, não fala. Na altura, foi um murro no estômago para a nossa família também muito grande. A minha vida foi feita de superação, na verdade. Acho que me fez um ser humano muito bonito. Tenho muito orgulho naquilo que consegui criar de mim”, concluiu.