Mafalda Matos foi expulsa do "Big Brother Famosos" este domingo (20), após obter 83% dos votos do público. À conversa com os jornalistas esta segunda-feira, a atriz de 33 anos admitiu que já "estava a desejar" sair, por se sentir "cansada fisicamente". Dentro da casa, descobriu que tinha um problema grave no joelho, que lhe traz "muito desconforto".

A artista admitiu precisar de "outro tipo de dinâmica" diferente da que viveu no reality show. "Senti que a energia da casa está muito festiva. Nada contra, mas realmente não me nutre. Não consigo estar constantemente lá em cima", explicou. Considera o tempo que passou na casa "uma temporada de crescimento pessoal acelerado", pois "muita coisa acontece e com uma grande intensidade".

"BB Famosos". Mafalda Matos é expulsa com 83% dos votos
"BB Famosos". Mafalda Matos é expulsa com 83% dos votos
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"Levo pessoas maravilhosas, novas pessoas para a minha vida", crê, assegurando que o ambiente foi "muito unificador", já que os colegas se "deram a conhecer de uma forma muito honesta, muito autêntica", o que, por sua vez, "criou um respeito e uma consciência de grupo muito maior".

"Sempre que houve quezílias, eram mais por causa de questões do passado, que depois eram reavivadas"

Mafalda garante que ainda não percebeu porque é que foi expulsa, embora tenha alguns palpites: "Eu não sou das pessoas que está sempre a dançar o TikTok do 'coração partido'", disse, em alusão à música de Tanya, explicando que talvez a personalidade que mostrou não seja a procurada pelos espectadores.

Quanto à relação com os colegas de casa, afirmou que, "sempre que houve quezílias, eram mais por causa de questões do passado, que depois eram reavivadas". "Nós ficávamos sempre com um ambiente mais pesado depois das galas", revelou a atriz, que, se pudesse escolher, elegia Marie, cuja "autenticidade é inspiradora", como vencedora.

Sai do jogo com a "missão cumprida". A estratégia foi "cooperar em vez de competir", já que nunca teve como objetivo ganhar o programa. "Para mim, ganhar já é estar no 'Big Brother' a falar sobre estes assuntos", elucidou. "Eu não desejo para o 'Big Brother' um programa sem conflito, a questão é como é que nós damos a volta ao conflito", começou por explicar.

"Nós podemos fazer entretenimento de uma forma muito mais inspiradora, puxar a moral de uma forma muito mais positiva e sermos notícia pela positiva e não pelo drama, que já temos tanto cá fora na vida real", considera, acrescentando: "A nível de representação, aceitarei apenas papéis que tragam alguma mensagem para o mundo que valha a pena ser ouvida. Entreter por entreter já não condiz comigo".

Recorda as atividades que dinamizou na casa, "como, por exemplo, respirações, yoga, meditação, círculos de partilha e uma sessão de coaching", deixando claro que "coaching não é psicologia" e que "nada disto tem a ver com terapia". As iniciativas de Mafalda Matos foram duramente criticadas pelos espectadores, comentadores e profissionais de saúde.

"Num episódio triste, que é não poder ser mãe e ter de abortar, eu consegui dar a volta e sentir-me apoiada"

Também a abordagem de Mafalda Matos quanto ao tema do aborto foi alvo de escrutínio. Durante o jogo, a coach holística acabou por revelar que realizou um aborto, considerando-o um "mini parto" que descreveu como "lindo", "super profundo" e "tão bonito". Aos jornalistas, deu novos detalhes acerca da situação.

"Esse evento na minha vida foi realmente penoso", disse, referindo-se ao aborto que realizou na maternidade Alfredo da Costa. "É super difícil para uma mulher dizer que vai abortar, principalmente quando quer ser mãe, que é o meu caso", explicou. "Eu não consegui ainda gerar vida, mas quero muito".

"Tive que o fazer por questões de saúde, porque não poderia continuar, não havia condições, e foi isso que os médicos disseram para eu fazer. Não havia outra alternativa, por muito que eu quisesse", garantiu. "Questões que são tão humanas, às vezes, precisam de outro tipo de apoio", alertou.

A atriz justificou também a partilha: "Quando não se fala do assunto, quando não se vive o momento, mais tarde ou mais cedo, esse acontecimento vai aparecer nas nossas vidas. E não foi isso que eu fiz. Eu fiquei sempre de olhos abertos", revelou.

"Por muito custoso que fosse — que foi, mas foi mesmo, e não é nada leviano —, num episódio triste, que é não poder ser mãe e ter de abortar, eu consegui dar a volta e sentir-me apoiada e consegui seguir em frente com esse episódio resolvido em mim".