O pior de aterrar na Madeira é aterrar na Madeira. Já todos sabemos que os ventos não estão sempre a favor das aterragens no Funchal e que é a pista é curta. Mas quem vai para o arquipélago e até segue à procura de alguma aventura, tem aqui a primeira oportunidade de sentir adrenalina. O descanso faz-se depois no novo quatro estrelas do Funchal, o Turim Santa Maria, porque aquilo que interessa é ir e, de preferência, o quanto antes.
É que o arquipélago está com várias e interessantes novas ligações em diversas companhias aéreas, o que se reflete também nos preços. No caso da Ryanair, por exemplo, está prestes a ser inaugurada uma nova base no aeroporto da Madeira (é já esta quinta-feira, 14 de abril) e há preços desde 16,99€ ida em abril.
As low cost estão mesmo apostar na ilha e além da Ryanair, também a easyJet tem novidades: uma nova rota do Porto para o Porto Santo, para quem quer umas férias mais relaxadas, apenas com os pés na areia e o corpo de molho nas praias da ilha. A ligação terá duas frequências semanais (domingo e quinta-feira) a partir de 1 de maio, que pode custar a partir 22€ ida (no caso de realizar a viagem a 8 de março).
Chega de novidades? Não. Ora cá vai mais uma: a TAP está com uma promoção de voo de e para o Funchal a partir de Lisboa ou do Porto, a partir de 25€.
A embaixadora do mote "Madeira tão tua" lançado este ano, Cláudia Vieira, tem feito um trabalho exímio a fazer-nos inveja nos últimos dias ao mostrar as maravilhas da ilha, que pode também conhecer à boleia das novas rotas e promoções.
Apesar de a atriz mostrar um bom roteiro, temos mais alguns pontos a acrescentar. Damos um salto à Madeira?
1. Dormir no novo quatro estrelas
O grupo hoteleiro Turim chegou ao Funchal e instalou-se no antigo Hotel Santa Maria. Alguns aspetos da unidade anterior mantêm-se no novo Turim Santa Maria, como os azulejos e a atrativa piscina no rooftop, mas há agora novas varandas para apreciar a ilha, que fazem parte da maioria dos 92 quartos.
A nova unidade de quatro estrelas tem uma decoração moderna e cheia de verdes que trazem para dentro do hotel a floresta laurissilva da Madeira — para percorrer na Levada do Ribeiro Bonito ou na Levada do Risco —, substituída pelos azuis do céu e do mar que se avistam nos quartos e nos espaços de restauração e bar: dois no interior do edifício e dois no rooftop de passagem obrigatória.
Uma noite para duas pessoas custa desde 105€ por noite para duas pessoas, com pequeno-almoço incluído.
2. Comer (mais do que bolo do caco)
O bolo do caco, o picado e o bolo de mel já são clássicos que sabe previamente que tem de provar numa visita à Madeira, que encontra facilmente em todo o lado. Já os pratos típicos confecionados na forma mais tradicional e saborosa, nem tanto. Por isso, vamos guiá-lo pelo caminho gastronómico da Madeira.
Começamos por falar no restaurante Kampo, do chef Júlio Pereira, que nos convida a uma "experiência gastronómica sensorial". O conceito do restaurante é de partilha, desde as opções à carta aos menus de degustação, cujo valor começa nos 80€ para duas pessoas e inclui iguarias como corneto de atum e ravioli de rabo de boi com mousse de foi gras. Aguenta, coração, porque há mais.
Já à carta encontra opções como bola de Berlim, farinheira e cogumelos (10,50€) — que é mesmo a melhor coisa deste mundo, garante-nos quem já provou — e vindo diretamente do mercado, um peixe com trigo em lactonese e legumes. Tudo propostas que fazem encher o restaurante, por isso, é melhor reservar.
Já para algo mais tradicional, temos duas sugestões. O Restaurante Abrigo do Pastor, que já foi visitado por várias celebridades portuguesas, desde Débora Monteiro a Ricardo Carriço, que foram atraídos pelo abrigo que serve açorda madeirense, caldeirada de cabrito com batata salteada e requeijão com doce de abóbora caseiro à sobremesa.
A segunda sugestão, do mais tradicional que há, é o Talho do Caniço. Inclui mesmo um talho, ao qual vai buscar a sua carne para compor a tradicional espetada madeirense, posteriormente levada para o restaurante, sítio onde é cozinhada e depois apresentada para comer como "manda a tradição": em pé e com as mãos".
3. Beber uma boa poncha
Uma, duas, três ou um roteiro delas. É que há tantos sítios para beber poncha que o melhor é picar o ponto numa boa parte para trazer de volta para o continente o veredito de qual o melhor.
Numa anterior passagem da MAGG pela Madeira, foram vários os que nos foram recomendados: um deles fica no centro do Funchal e chama-se A Mercadora, classificada como uma das Lojas com História, iniciativa da Câmara Municipal do Funchal. Outro é a Pharmácia do Bento, localizada no Beco Pimenta, e ainda tem o Abrigo Do POISO.
À lista acrescentamos três por onde passou um dos foodies mais conhecidos do Instagram, Onde Vamos Jantar, numa visita recente à Madeira. São eles A Venda do André, na estrada João Gonçalves Zarco, na Quinta Grande, a Taverna Real Da Poncha, na Serra de Água, e o Bar Sete Mares, em Câmara de Lobos.
4. Os imperdíveis do roteiro
Para descobrir um lado menos turístico da Madeira, o primeiro ponto a ir é à Fajã dos Padres. Diz respeito a um refúgio isolado sob uma falésia com cerca de 250 metros de altura, abraçado pela natureza que também a nós nos envolve. Fora a paisagem única, a Fajã dos Padres é marcada pela agricultura graças ao microclima que permite a abundante (e saborosa) produção de alimentos como manga, abacate e banana. Toda a produção é biológica desde 2008, incluindo até a da vinha de um hectare da casta Malvasia Cândida.
Para explorar melhor a Fajã dos Padres, pode fazer uma viagem descendente de teleférico durante dois minutos e meio (10 €), uma visita guiada com prova das frutas aqui produzidas (28€) ou canyoning pelo desnível desde a ribeira da Quinta Grande até à Fajã dos Padres, através da Fast Descend. Todas as opções estão no site da Fajã dos Padres.
Imperdível é também o Curral Das Freiras, freguesia portuguesa do município de Câmara de Lobos, pelas suas praias fluviais, como o Poço dos Chefes, o fácil percurso pedestre da Eira do Serrado, que passa pelo miradouro do Poqueão e permite admirar as montanhas íngremes circundantes à depressão morfológica do Curral das Freiras, e o Museu da Castanha, relacionado com a abundância do fruto na região, usado na sopa, nas broas e até no licor.
Já que vai andar perto de Câmara de Lobos, aproveite para ver o pôr do sol no Cabo Girão.
5. Masterclass de rum da Madeira ou observar cetáceos
Faltava aqui um bocadinho de ação, não é verdade? Então arregace as mangas e explore as experiências que se seguem.
A primeira mostra que não há apenas ponchas ou vinho da Madeira no arquipélago. Já conhece o rum? Talvez sim, mas não tanto como vai ficar a dominar na masterclass de rum da Madeira, experiência que começa por dar a conhecer a cana de açúcar. E não é que esta é a melhor altura para fazer a masterclass? Em abril e maio é quando se faz a colheita da cana, o que significa que poderá "observar a fábrica em produção e sentir os cheiros da fermentação", anunciam os promotores da atividade. Esta inclui ainda a prova de sete variedades de rum e de broa de mel de cana da Madeira. Custa 15€ e dura uma hora. Pode reservar no site da Intertours.
A segunda proposta é a observação de cetáceos, atividade promovida pelo Madeira Ocean & Trails. As águas cristalinas do Funchal facilitam o avistamento das espécies marinhas, como os golfinhos, as baleias, a tartaruga Boba e o lobo marinho. A experiência está disponível durante todo o ano e dura entre uma a quatro horas. Para marcar basta aceder ao site, com outras inúmeras aventuras.