"Última chamada para o voo de Daniel Craig como James Bond" ouvir-se-ia no aeroporto se 007 fosse um avião prestes a descolar. Contudo, Daniel Craig não perdeu o voo e o filme "007: Sem Tempo para Morrer" estreou a 30 de setembro. Se ainda não teve oportunidade de ir ao cinema, revelamos alguns dos cenários (sem spoilers) do filme, que poderá ver mais de perto se viajar mesmo para alguns dos locais onde foram feitas as gravações.

"007: Sem Tempo para Morrer" é o último filme de Daniel Craig, de 53 anos, como James Bond, depois de ter participado em cinco dos 25 títulos da saga. O que não há é tempo a perder para decidir se vai ou não conhecer os locais fantásticos por onde passou James Bond, bem como Paloma, a Bond Girl interpretada pela atriz cubano-espanhola Ana de Armas.

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Um dos países é repetente nos cenários dos filmes de 007, Itália, que tem um encanto próprio que encaixa sempre nos filmes. Contudo, a rodagem foi feita em locais diferentes dos títulos "007: Casino Royale", "007: Quantum of Solace" e "007: Spectre", de acordo com Charlie Hayes, que coordenou a equipa que definiu os locais de filmagem do filme 007, ao site "Condé Nast Traveller".

Outro dos locais foi escolhido conforme as indicações no guião, embora muito breves. "Só dizem que é um país frio e que tem uma floresta", conta Charlie Hayes. Consegue adivinhar qual é que foi o país escolhido?

Sem demoras, desvendamos o mistério sobre este outros pontos por onde passou Daniel Craig como James Bond em "007: Sem Tempo para Morrer".

Noruega

Sognsvann
Sognsvann créditos: instagram

Só de ler o nome, já sentimos um arrepio pelo frio que faz neste país do norte da Europa. O novo filme começa aqui mesmo, mais precisamente numa floresta em Oslo, junto a um lago congelado — fica a dúvida se terá sido o Sognsvann, o Kastad, o Østensjøvannet ou qualquer um dos outros que tem uma beleza desmedida. Se passar pela capital da Noruega para procurar o lago onde esteve James Bond, aproveite e explore também o museu Fram, que tem o navio de madeira mais forte alguma vez construído e dentro do qual poderá entrar, experimentar as típicas saunas da Noruega, que pode encontrar na Green Boats, e ainda ir com as crianças ao SNØ, o único resort de ski coberto da Noruega.

Escócia

Highland Folk Museum
Highland Folk Museum créditos: instagram

Entre os vários motivos que poderiam levá-lo até à Escócia, eis o mais urgente: as montanhas Cairngorms. Escusado é dizer que James Bond passou por aqui e percebemos porquê: a beleza e a vida animal do parque nacional de Cairngorms é única e fica bem no fundo de qualquer filme. Tanto pode explorar as montanhas e vales, as florestas, os rios e lagos a pé, como de bicicleta, de barco ou canoa. Em família, uma das atividades no parque natural é visitar um museu ao ar livre, o Highland Folk Museum, que mostra como as pessoas das Terras Altas viveram e trabalharam entre 1700 até à década de 1960.

Inglaterra

Windsor Great Park
Windsor Great Park créditos: instagram

Como já é habitual, Londres fez parte dos cenários do filme, sendo que o "007: Sem Tempo para Morrer" dá destaque ao Windsor Great Park. Neste parque vai percorrer a história da realeza, passando por monumentos históricos, florestas antigas e visitando os animais selvagens — tudo numa verdadeira viagem no tempo, que nos faz recuar mil anos.

Mesmo que já não seja a primeira vez, o Windsor Great Park não vai estar igual, dado que a cada altura do ano há novas plantas e flores a florir. O outono é uma estação especial para o parque, por ser a altura em que os bordos (género de árvores aceráceas) invadem o The Savill Garden e o The Valley Gardens.

Itália

Visitas guiadas Matera
Visitas guiadas Matera créditos: visitmatera

Foi Matera, no sul de Itália, que serviu de lugar ao romance de James Bond e Madeleine (Léa Seydoux) e vai servir também de palco para as suas férias inesquecíveis. Se nunca tinha ouvido falar da cidade, apresentamos alguns pormenores que fazem com que tenha sido escolhida para fazer parte dos filmes de 007. Os antigos bairros de calcário são um dos motivos, o parque das Igrejas Rochosas outro, a lista segue com as três residências nobres que serviram de habitação a reis, condes e príncipes no passado e ainda as receitas tradicionais.

Pode descobrir estas últimas num workshop de cozinha ou pedir dicas aos locais enquanto compra os ingredientes durante uma tour ao mercado. Tudo o resto pode descobrir nas visitas guiadas organizadas pelo turismo de Matera.

Já que está por Itália, siga até à pequena localidade de Sapri, comuna italiana da região da Campania, com paragem obrigatória na estação de comboios que serviu de cenário ao novo filme. Aproveite também para ir ao Canale di Mezzanotte e, sem falta, ao Il sentiero Apprezzami l'Asino.

Jamaica

Tendo em conta que Jamaica é o país onde Ian Fleming criou James Bond, o último filme teria de incluir o local onde tudo começou. "Havia algo de emocionante em levar Daniel Craig à Jamaica no seu último filme, onde o personagem nasceu. De qualquer forma, a Jamaica é lindíssima", refere Charlie Hayes. Se quer ficar numa casa como aquela que dá tranquilidade a James Bond, sugerimos a Fleming Villa, cujo nome remete para o criador da personagem de 007, Ian Fleming.

O alojamento fica em Oracabessa e tem espaço para dez hóspedes. Tal como a casa que aparece no filme, a que pode alugar está no meio da natureza, tem uma banheira ao ar livre, vista para o mar e ainda uns extras: Apple TV, sala de cinema (caso queira percorrer os 25 títulos da saga) e uma piscina que quase parece o mar à beira casa. Uma noite custa a partir de 11.442€ em outubro, por exemplo (estadia mínima de três noites).

Ilhas Faroé

Ræst
Ræst créditos: instagram

As ilhas Faroé, um território remoto que pertence à Dinamarca, foi outro dos pontos de paragem de 007, neste caso para acolher o vilão Safin (Rami Malek).

Esquecendo quem faz o mal no filme, as ilhas são um bom destino para quem é de atividades radicais e que envolvam mar. Vai poder andar de caiaque no maior lago de água doce das ilhas, o Leitisvatn, mergulhar nas águas profundas para ver as florestas e jardins botânicos de algas, subir as montanhas e fazer birdwatching. Faltam pretextos? Na verdade, sim: a comida.

Se procura a gastronomia local, vai encontrar nos restaurantes Barbara Fish House, Katrina Christiansen, Áarstova, KOKS (com duas estrelas Michelin) ou ainda no novo espaço, o Ræst. São sugeridos pela plataforma Visit Faroe Islands, que indica alguns dos pratos mais tradicionais nas ilhas: borrego e peixe fermentado, pão de centeio, salsichas de sangue e ruibarbo estufado.