Conforto, estética, tecnologia e serviço. Estes são os quatro pilares nos quais assenta a filosofia do BOA Hotels, a empresa do ramo da hotelaria que escolheu o Porto para lançar o seu primeiro projeto. Mesmo antes de entrarmos no confortável (e incrivelmente bem decorado) apartamento do Village by Boa, um dos pilares está mesmo na ponta dos nossos dedos. A entrada é feita através de um código, que nos é previamente enviado, e o check in é totalmente electrónico.

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Mesmo antes, somos convidados a responder a várias perguntas, através de uma web app (não é preciso descarregar mais uma aplicação para o telemóvel) para tornar a nossa estadia mais personalizada. Não que os funcionários deste aparthotel situado entre o Bolhão e a Trindade não sejam simpáticos (que o são, e muito!), mas é possível entrar e sair sem ter que se cruzar com ninguém.

Veja um dos alojamentos

Aberto desde o verão de 2022, o Village by BOA é um aparthotel com feeling de hotel. Desde a decoração até ao pequeno ginásio, passando pelo pátio, decorado com potes bojudos vindos de Mafra, até às amenidades, toda a ambiência aponta para um luxo muito pouco comum neste segmento do ramo da hotelaria.

Ah, e a reserva inclui pequeno-almoço. De manhã, a refeição é-nos colocada à porta num cesto amoroso. Tal como nos explicou depois Lior Zach, confundador do BOA Hotels, a ideia é proporcionar a oportunidade de tomar o pequeno-almoço sem ter aquela obrigatoriedade de nos arranjarmos e vestirmos, como acontece nos hotéis.

Ovos cozidos, pão, bolo de chocolate, iogurte, granola, requeijão, agave, manteiga, doce, húmus de beterraba, guacamole, fruta e crudités compunham o pequeno-almoço que, não sendo exatamente igual aos de hotel, não deixa ninguém envergonhado. Na kitchenette do nosso apartamento, encontrámos, além de todos os utensílios necessários para fazer uma refeição, máquina de café Nespresso, chá, fervedor, azeite, sal e pimenta. Só para o caso de ser daquelas pessoas que consegue resistir a ir comer uma francesinha (ou qualquer outra iguaria porque estamos no Porto e, como toda a gente sabe, é mais fácil encontrar um porco a andar de bicicleta do que um mau restaurante por estas bandas).

O pequeno-almoço é entregue à porta numa cesta de vime
O pequeno-almoço é entregue à porta numa cesta de vime créditos: MAGG

"Queríamos que os apartamentos fossem acolhedores, como um espaço que gostássemos de ter em nossa casa"

O Bairro do Silva, uma “ilha” onde viviam 60 famílias, ficou ao abandono quando a estação de metro da Trindade foi construída. As escavações tornaram as estruturas das casas frágeis e, por isso, os habitantes foram realojados. O empreendimento foi, depois, sendo vendido aos poucos e, graças ao projeto concebido pelo arquiteto Pablo Pita, a ilha foi completamente remodelada, mantendo as características originais do século XIX, das janelas às fachadas. São, no total, 40 habitações e dois espaços comerciais, divididos em cinco edifícios. O Village by BOA ganhou vida num tempo recorde, em apenas três anos, tendo aberto ao público no verão de 2022. 

Os sócios, Lior Zach e George Vinter, tinham um objetivo: “trazer o hotel até ao apart-hotel”. “Criámos apartamentos mesmo muito confortáveis, com serviço de hotel. Temos limpeza diária, concierge ao longo de todo o dia, oferecemos boas amenidades, dos champôs ao vinho. Temos também ginásio. Estamos a apontar para um espaço que parece um hotel mas é um apartamento”, explica Lior. “Quando ficamos num hotel, só temos uma opção: ir para a cama. Aqui, podemos ficar no sofá a ler um livro, a ver Netflix, a beber um copo de vinho, a outra pessoa pode ir para a cama… sentimo-nos em casa mas de férias. E as pessoas adoram isso”. 

Lior tem 37 anos e trabalha há mais de uma década no ramo da hotelaria. Começou no seu país natal, Israel, mudou-se para o Panamá, onde trabalhou para o grupo Selina. Juntamente com o sócio George Vinter, decidiram criar um novo negócio no segmento premium da hotelaria. Ambos conheciam bem Portugal e decidiram-se mudar-se para o nosso País para, por assim dizer, testar as águas. “Apaixonei-me por Portugal, pelas pessoas, pela cultura. A qualidade de vida é boa, o tempo é bom, não é caro, comparado com outros países europeus”, recorda o empresário israelita. 

Lior Zach, cofundador e diretor executivo do BOA Hotels
Lior Zach, cofundador e diretor executivo do BOA Hotels créditos: Luís Ferraz

Porquê o Porto e não Lisboa? “Lisboa é um mercado difícil. Ou pagas muito por uma propriedade ou vais ter de esperar muito tempo. Ou ambos, que é o pior (risos)!”, confessa o empresário. 

Podemos até dizer que o Village by BOA é tão bonito que chega a ser demasiado bonito. Tudo está decorado de forma quase perfeita, desde os bancos aos candeeiros, passando pelas mantas. “A estética que nos guiou foi japandi, que é um estilo que mistura tendências japonesas com escandinavas”, refere Lior. "Queríamos que os apartamentos fossem acolhedores, como um espaço que gostássemos de ter em nossa casa. De luxo mas sem parecer demasiado de luxo como, por vezes, acontece nos hotéis, em que há demasiados dourados e coisas brilhantes. Aqui é uma casa verdadeira que o hóspede deseja ter."

Todas as peças de mobiliário foram desenhadas pelos donos e feitas à medida em Portugal, os elementos de iluminação vieram da Escandinávia e alguns pormenores de decoração como os tapetes, as almofadas, as loiças e cerâmicas. As peças de decoração em terracota que estão no exterior do Village by Boa são todas de Mafra. “Alguns dos potes têm 300 anos. Eram usados para fazer vinho e foi muito difícil trazê-los. Tivemos de usar uma grua porque são muito delicados e também extremamente caros. Trouxemo-los para recriar a ideia de uma aldeia”, conta Lior. Os quadros são de uma artista portuguesa e a árvore gigante, em metal, o elemento decorativo central no exterior do Village by BOA, é da autoria de um artista israelita. 

Veja o exterior

Além dos apartamentos, o Village by BOA tem ainda mais um espaço, com vista privilegiada para a cidade, chamado The Space. "Este espaço tem dois propósitos principais. O primeiro, para reuniões de empresas. Já tivemos uma empresa alemã que nos reservou o hotel todo, e fizeram todas as reuniões aqui. Trabalham remotamente, encontram-se duas a três vezes por ano. Queriam uma experiência de luxo e fizeram o encontro aqui”, conta-nos o cofundador do BOA Hotels.

“Fazemos também experiências chef’s table. Esta área tem tudo para que um chef possa cozinhar aqui à frente dos clientes. Estamos a fazer parcerias com vários chefs. Acho que estamos a oferecer aqui algo que não existe no Porto porque, normalmente, as salas de reuniões em hotéis são na cave, sem janelas. Aqui, usámos a nossa melhor localização, a penthouse, e em vez de fazermos um apartamento gigante, criámos um espaço para eventos”, salienta ainda Lior. 

Conheça o The Space by BOA

De acordo com a simulação feita no site do Village by BOA para o fim de semana de 11 e 12 de fevereiro, uma noite para duas pessoas num Premium Studio (tipologia na qual a MAGG ficou alojada) fica por 152,10€. Se optar por uma tipologia mais cara como, por exemplo, um Superior Duplex, os preços sobem para 247,50€. O Standard Duplex, a tipologia com as áreas mais modestas, custa a partir de 109,80€ por noite. As reservas do The Space também podem ser feitas online, através do preenchimento de um formulário.

Village By BOA
Rua do Bonjardim 541, 4000-124, Porto
Contactos: +351 910985706
Reservas através do site
The Space by BOA: Instagram e site

* A MAGG ficou alojada no Village by BOA a convite do espaço