Chegou a Portugal uma nova forma de conhecer as cidades. A Explorial é uma app dedicada ao turismo local, que pretende transformar o turismo num jogo interativo. Através dela, pode visitar o que o rodeia enquanto ganha pontos por completar tarefas e desafios.
Tudo começou quando dois jovens se aperceberam de uma lacuna. Há uns anos, Olivier Alther e Levin Germann estavam numa viagem de grupo a Praga, capital da República Checa. Não queriam fazer as visitas guiadas convencionais, pelo que tentaram um Escape Room, que também não os satisfez.
Seria o ponto de partida para os suíços com competências em serviços de tecnologia de informação criarem a Explorial. "De tudo aquilo que era a oferta que tinham, sentiram que havia falta de produto. A ideia nasce daí", explicou André Jacques, Country Manager do projeto, adiantando que a mãe de um dos fundadores é guia turística, o que também ajudou.
"Desenvolveram esta aplicação no mercado suíço, nós vimos e juntámo-nos a eles", conclui André Jacques. A Explorial começou a dar os primeiros passos em Portugal em outubro de 2022, mês em que ficaram disponíveis as primeiras experiências, com rotas de norte a sul do País.
Entretanto, já lá vão nove percursos em território nacional: no Porto, em Sintra, em Óbidos, em Évora, em Lisboa, em Cascais, em Braga e em Coimbra. A proposta da Explorial é visitar cidades de forma emocionante e divertida. Esta modalidade interativa de fazer turismo quer proporcionar experiências únicas que envolvam, inspirem e eduquem.
Para experimentar, basta ter um smartphone (iOS ou Android) com conexão à Internet. Baixa a aplicação e, a partir daí, aproveita. No fundo, está em causa uma espécie de caça ao tesouro, que lhe vai dar a conhecer os locais de uma forma fora do comum.
A MAGG já experimentou a Explorial, no percurso correspondente à zona da baixa lisboeta. 15 mil passos depois, saímos da experiência com muito mais informação, sem que esta se tornasse chata. Sentimos a adrenalina de querermos resolver todas as etapas e aprendemos imenso.
Nascemos e vivemos toda a nossa vida em Lisboa. Mesmo assim, graças a esta iniciativa, visitámos locais que desconhecíamos, sítios por onde nunca tínhamos passado, e ficámos a saber mais sobre alguns com os quais nos estamos constantemente a cruzar. É a prova de que a Explorial é útil não só para turistas estrangeiros, como para locais.
Cada percurso (sempre feito a pé) dura, em média, à volta de uma hora e meia, consoante o ritmo dos grupos. Completámos o nosso ao fim de uma hora e 26 minutos, com algumas paragens pelo caminho e sem pressa. No final, recebemos um e-mail com o desempenho, desde o ranking a algumas estatísticas.
"Agora, és oficialmente um explorador de Lisboa. Adquiriste conhecimento e aprendeste factos entusiasmantes!", pudemos ler no e-mail. Embora seja possível "fazer os percursos sozinho, não é o ideal, é muito mais interessante fazer em equipa de pelo menos dois participantes", esclarece André Jacques.
Apesar de se tratar de um modelo de jogo em grupo, também tem uma vertente individual, "o que consegue garantir o comprometimento e a participação de todos" os elementos. "Do ponto de vista tecnológico, está bem construída. Vemos potencial", aponta o Country Manager.
De facto, a aplicação é bastante intuitiva e fácil de usar, provando-se apta a utilizadores de qualquer tipo de idade. "É muito acessível. A Explorial tem uma proposta de valor particular. Todas as experiências são desenhadas de uma forma diferente", disse André Jacques à MAGG.
Mas, afinal, quem é que define as zonas emblemáticas a visitar? "É alguém que conhece o local e que faz a sugestão", esclarece o empresário. "Recebem um guião da nossa parte, com um conjunto de pontos previamente definidos, que terão as experiências, desde quizzes a photo challenges", mas também indicações acerca do tempo, da distância e da altitude.
A aplicação é gratuita, mas, para aceder a cada percurso, cada participante tem de pagar 7€. Ao todo, já lá vão mais de 50 mil downloads por todo o Mundo. A Explorial está presente em 15 países, com 93 rotas. "Queremos tornar esta experiência numa experiência global", ambiciona o Country Manager.
"Queremos, nesta primeira fase, dar a conhecer os principais ícones da cidade. Ter uma perspetiva geral sobre a cidade. No passo seguinte, vamos entrar a fundo", garante André Jacques, referindo, por exemplo, a possibilidade de se explorarem "bairros diferenciados".
De momento, encontram-se a alargar a equipa em território nacional. Num futuro próximo, ficarão disponíveis novas rotas, "pelo menos quatro no Algarve e mais em Lisboa". Além disso, "há, em perspetiva, a transferência da atividade da empresa para Portugal, para garantir a sua escalabilidade".