Esta segunda-feira, 25 de junho, entrou em vigor a lei que vem permitir a permanência de animais de companhia em estabelecimentos comerciais — sob algumas condições especificas. Os espaços que aceitarem a entrada de animais passam a ter de afixar, à entrada, um dístico de permissão visível. Os que não permitirem estão no direito de o fazer (a decisão final cabe sempre aos proprietários), no entanto a lei não é clara sobre como devem atuar.
No dia em que a lei mudou, a MAGG recrutou Toy, um rafeiro de porte pequeno que revelou ter mais força do que esperávamos, para perceber como se estão a adaptar os estabelecimentos comerciais à nova lei. Foram duas horas de passeio pela Baixa-Chiado, em Lisboa, frequentemente interrompidos por pessoas que não conseguiam resistir ao charme de Toy, que faz três anos em setembro.
Começámos o nosso percurso perto da Praça Luís de Camões, mais precisamente n'A Padaria Portuguesa. Quando entrámos, descemos as escadas em direção ao balcão, sob o olhar atento das funcionárias da loja. No entanto, e mesmo sem dístico visível afixado à entrada do estabelecimento, ninguém nos pediu que saíssemos. Não comemos pão de Deus, mas o Toy fez duas amigas que não nos queriam deixar ir embora.
Não tivemos tanta sorte na Benetton — o segurança não nos deixou passar da porta. Falámos na nova lei, mas fomos informados de que o assunto ainda não tinha sido discutido na loja. Também não tivemos sorte no Vitaminas: depois de aguardámos na fila para sermos atendidos, fomos informados de que não poderíamos estar no interior da loja com animais de companhia. Tentámos explicar que a lei tinha mudado, mas a funcionária não sabia do que estávamos a falar.
"A partir de hoje, os espaços podem permitir a entrada de animais. Basta quererem", explicou a senhora que estava atrás de nós, enquanto consolava o Toy com algumas festinhas. A funcionária respondeu-nos que iria falar com a gerente da loja sobre o assunto assim que ela chegasse. Antes disso, não poderia fazer nada.
Saímos do Vitaminas e continuámos a descer Rua Garrett. Ficámos a saber que na Nike, Massimo Dutti e Zara os animais de companhia podem permanecer no interior da loja, desde que transportados ao colo. Tivemos de sair: o Toy é pequeno, mas não tanto.
Não houve gelados da Santini, mas nos Armazéns do Chiado passeámos livremente — e não devíamos
Nos Armazéns do Chiado, o sinal que proíbe a entrada de animais de companhia, afixado numa das portas, não faria prever o que se passou a seguir: circulámos pelo centro comercial sem que ninguém nos pedisse para sair. Saímos a pedido do Toy, que gosta mais de passeios ao ar livre.
Achámos que a Santini era o sítio ideal para descontrair um pouco, mas a entrada de animais de companhia é proibida, mesmo quando transportados ao colo. O funcionário que nos atendeu mostrou conhecer a nova legislação, mas não tinha indicação de qualquer alteração na política da loja. O gelado de morango teve de ficar para outro dia.
Na Mango percorremos a loja durante alguns minutos, com muitas festinhas à mistura. Uma das funcionárias confessou-nos que nem sequer sabia se podíamos estar lá dentro com o Toy. Também não tinha nada para nos dizer sobre a nova lei. A experiência na Mango acabou por se revelar bastante enigmática.
No total, a MAGG (e o Toy) passaram por 12 estabelecimentos comerciais. O que é que concluímos? Que ninguém resiste a um rafeiro tão encantador como o nosso. Quanto à nova lei, nem um único dístico afixado — e muita falta de informação.