Numa era dominada por plataformas de streaming como o Spotify, que permitem acesso à quase total discografia de quase todos os autores musicais, um velho conhecido do mundo da música está a voltar e a atrair a atenção de uma nova geração: as cassetes de áudio. Esse formato, muito popular nas décadas de 1970 e 1980, está a ter um renascimento notável, impulsionado por uma série de fatores culturais, estéticos e económicos.

O fator nostalgia desempenha um papel crucial nesse renascimento. Muitos consumidores, principalmente os da geração milenar e da geração Z, estão interessados em reviver ou experimentar formatos do passado, que oferecem uma conexão tangível com uma época que muitos consideram mais simples e autêntica. Para aqueles que viveram a era das cassetes, há um desejo de revisitar momentos de juventude e redescobrir a alegria de criar gravações personalizadas em fita e colecionar álbuns em formato físico.

A experiência auditiva proporcionada pelas cassetes também tem seu apelo. O som analógico possui características distintas que muitos especialistas em áudio afirmam ser mais "quentes" e "autênticas" em comparação com os sons cristalinos, mas às vezes frios, do digital. Embora as cassetes não ofereçam a mesma qualidade sonora dos vinis, que também ressurgiram nas últimas décadas, elas proporcionam uma experiência auditiva singular que combina arte, som e memória.

Indústria Musical e o Mercado de Colecionadores

Para além da nostalgia, o mercado de cassetes está a ser revigorado por colecionadores e artistas independente. As cassetes, com seus custos de produção mais baixos em comparação com vinis, oferecem para bandas e gravadoras independentes uma maneira económica e diferenciada de lançar música. Isso permite que músicos criem edições limitadas, muitas vezes com arte elaborada e conteúdo exclusivo, transformando cada lançamento num item de colecionador.

O design icónico das cassetes, com suas caixas plásticas e capas coloridas, oferece um apelo visual que muitos fãs de música e arte acham cativante. Grandes álbuns estão a ser relançados neste formato, às vezes em comemorações de aniversários importantes, e muitos conquistam uma nova vida nas prateleiras dos fãs. Além disso, referências culturais em filmes, séries de televisão e redes sociais têm contribuído para aumentar o interesse por cassetes. A estética retro e a narrativa das cassetes como símbolos de uma era passada atraente não passaram despercebidas por produtores de conteúdo e marcas que buscam capturar a imaginação do público jovem.

Um Futuro Promissor para o Formato Clássico?

Embora seja improvável que as cassetes retomem o domínio do mercado que uma vez conheceram, o seu ressurgimento atual aponta para um nicho apaixonado e crescente. Este regresso reflete uma tendência mais ampla de resistência ao digital puro e a celebração de objetos que trazem história e identidade cultural.

Hoje, as cassetes não são apenas uma lembrança de um passado saudoso, mas uma afirmação de estilo e preferência por uma experiência de consumo de música mais intencional e rica em significado. À medida que as tecnologias evoluem, formatos como as cassetes oferecem um contraponto fascinante, mostrando que há mais em jogo do que apenas a conveniência digital na busca por satisfazer nossos apetites musicais.

Onde comprar?

Muita gente está a acorrer a plataformas de vendas online de produtos em segunda mão para adquirir cassetes áudio virgens bem como com gravações originais de álbuns de bandas. Mas com o crescimento desta tendência é natural que voltem às grandes superfícies não só edições novas, como gravadores/leitores novos adequados às tecnologias atuais, mas que permitem ler cassetes analógicas.