Os resultados da autópsia ao corpo de Valentina revelaram que a menina de apenas 9 anos foi vítima de agressões muito violentas, reveladas pelas lesões na cabeça e indícios de asfixia. Sabe-se ainda que as agressões, na casa de banho, terão começado por volta das 9 horas de quarta-feira, 6 de maio, e a criança morreu pelas 22h00. Foram pelo menos 13 horas de agonia, conforme avança o jornal "Correio da Manhã".
Na versão contada pelo pai de Valentina, Sandro Bernardo, às autoridades, o mesmo terá confessado à polícia que a morte da filha foi um acidente, depois de a pressionar para que explicasse se seria vítima de abusos sexuais, avança o mesmo jornal. A situação terá ficado descontrolada, e de acordo com Sandro, a filha sofreu um ataque com convulsões. Essas foram agora confirmadas nos resultados preliminares de Medicina Legal, mas resultaram do espancamento e não de um ataque de epilepsia como o pai tinha relatado inicialmente.
Sandro Bernado, um dos suspeitos da morte da criança, diz que a filha ainda estava viva quando saiu da casa de banho e que nunca pensou que fosse muito grave. Terão sido os irmãos, as meias-irmãs de um ano e meio e quatro anos e o filho de Márcia com 12, a ouvir os gritos de Valentina.
A menina terá sido depois embrulhada numa manta, deitada num sofá e ali ficou durante todo o dia. Para as outras crianças não estranharem, o pai e a madrasta terão dito que Valentina estava com dores de barriga, razão pela qual estava tão sossegada. A família ainda chegou a almoçar e jantar já com a criança praticamente inanimada, que sofreu sozinha durante as cerca de 13 horas seguidas.
As convulsões chegaram mesmo a acontecer, tal como revelado pelos irmãos da criança, que viram Valentina a espumar pela boca e a morrer ao seu lado. À noite, o casal ainda saiu para, de acordo com Sandro, comprar leite para a filha mais nova e, quando chegaram, Valentina estava morta, avança o "CM".
Foi então que colocaram a menina no carro e levaram-na para o mato. A investigação, a cargo da PJ de Leiria, revela ainda que o casal terá usado um casaco para convencer as autoridades de que a menina tinha fugido. Ainda que Márcia, a madrasta, alegadamente não tivesse participado na agressão, o Ministério Público entende que é coautora do homicídio, de acordo com o "CM".