No mesmo dia em que os combustíveis alcançam preços recorde são reveladas propostas para alterar as tarifas nas viagens de táxi. O grupo de trabalho para a Modernização do Táxi enviou ao Ministério do Ambiente várias ideias, entre elas a aplicação de um custo mais reduzido para viajar de táxi entre concelhos vizinhos, avança o "Jornal de Notícias".
Esta medida surge como consequência da proposta para que até quatro municípios vizinhos possam agrupar-se de modo a que os taxistas recolham passageiros noutros municípios sem que o passageiro tenha de pagar uma tarifa extra, como acontece atualmente, correspondente à passagem de um município para outro. Ao entrar em vigor a sugestão do grupo de trabalho, os passageiros passariam a pagar apenas uma tarifa proporcional à distância percorrida naquela área, esclarece o "JN".
Se a redução de preço já parece boa ideia, igualmente convidativa é a proposta para incluir as viagens de táxi nos passes dos transportes públicos, em particular o Andante (Porto) e o Lisboa Viva (Lisboa), através da criação de um novo passe intermodal que incluirá um determinado número de viagens de táxi.
Do plano de Modernização do Táxi faz também parte a criação de uma tarifa sazonal para zonas turísticas e concelhos com grande movimentação no verão e a fixação de tarifários em trajetos específicos ou por hora.
Todas a medidas serão avaliadas em Assembleia da República para saber quais é que entram efetivamente em vigor e quando.
Também no Parlamente poderão vir a ser discutidos os preços dos combustíveis caso sejam registadas irregularidades nas margens que estão a ser aplicadas atualmente, incluindo no que diz respeito ao novo aumento dos preços desta segunda-feira, 6 de junho — dia em que a gasolina aumentou 14 cêntimos por litro e o gasóleo 12 cêntimos.
Estes valores que marcam um novo máximo histórico, segundo dados da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), diz o "Correio da Manhã".
Recorde-se que, com a entrada em vigor do novo Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), foi reduzido o imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) de 62% sobre o aumento do preço da gasolina e 42% do gasóleo, contudo, a redução fica aquém dos sucessivos aumentos que podem ou não ser resultado da guerra na Ucrânia.
"Temos de ter consciência, por um lado, que baixámos o preço dos impostos sobre os combustíveis, que temos novos instrumentos que a entidade reguladora verifica e já tem todas as semanas publicado relatórios relativamente a percebermos se estes preços resultam necessariamente dos impactos internacionais e da crise que estamos a viver ou se resultam de algum tipo de outra anomalia. Se nos forem feitas recomendações, que é assim que está previsto na lei, por parte da entidade [reguladora] para corrigir alguma anomalia, não hesitaremos em atuar", disse o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, segundo a RTP.