Suspeito de tentar atropelar a ex-companheira, Magali Aravena, Eduardo Salvio já havia prestado declarações diante da justiça argentina na passada sexta-feira, 15 de abril, mas só este sábado, 16, o seu testemunho foi tornado público pelo jornal argentino "Olé".

De acordo com a queixa apresentada por Magali Aravena, o futebolista, com quem manteve uma relação durante 13 anos, terá tentado atropelá-la, depois de esta o ter surpreendido quando estava com outra mulher dentro da viatura. No entanto, as declarações de Salvio não só descrevem o incidente, que terá acontecido durante a madrugada desta quinta-feira, 14 de abril, por volta da 1h da manhã, em Puerto Madero, na Argentina, de forma diferente como avançam uma justificação para o que terá acontecido. 

"Quando ela [Magali Aravena] chegou onde eu estava, começou a atacar-me e a partir o carro. Saí, dei a volta e fiquei na curva. Eu nunca fugi. Eu fiquei na curva", começou por explicar o atual jogador do Boca Juniors, em declarações entregues ao Ministério Público argentino, tornadas públicas pelo jornal "Olé".

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"Por volta das quatro da manhã, recebi mensagens da Magali a ameaçar-me, a dizer que ainda não tinha ido ao tribunal, que se eu desse um passo em falso ia contra mim. Ela ligou-me e disse que eu a atropelei, que a magoei, que queria matá-la e deixei claro que nunca foi assim. Ela disse que só podia ficar com ela, que queria que nós os quatro ficássemos juntos e que não podia aceitar que eu estivesse com outra mulher", acrescentou o internacional argentino.

Um vídeo partilhado na rede social Twitter por Germán García Grova, jornalista argentino, mostra o alegado atropelamento.

"No início do vídeo vê-se alguém a cair, é ela que, depois de dar três pontapés, saltou para trás. Ela saltou, não caiu. Quando ela saltou, eu fiz marcha atrás para sair e ela veio a correr em direção ao carro, ao lado da janela traseira do lado direito", explicou.

Já Magali Aravena descreve o incidente de uma outra forma. De acordo com o jornal "Olé", a modelo recusou-se a comentar o incidente em direto, mas, terá trocado mensagens com o apresentador Angel de Brito, durante o programa "LAM" na America TV, que foram tornadas públicas.

"Jamais quis bater em alguém, só lhe pedi para ele sair do carro. Arrastou-me para a frente e para trás. Separei-me há três semanas e há uma mudei-me com os meus filhos. Jamais tive um pau para lhe bater. Quero que apareçam todos os vídeos, inclusive os que foram gravados por quem estava no carro", acrescentou. "Eu vou para o vidro do pendura porque o meu marido tinha o dele fechado. Estive treze anos com ele", escreveu em mensagens enviadas através de WhatsApp.

"Filho da p***, vou arruinar-te a carreira"

De acordo com o ex-jogador do Benfica, o casal separou-se em março e, à data, "a separação ficou clara [e] em bons termos"."Gostaria de esclarecer que nos separámos no início de março (...). No início, morámos juntos, mas separados, cada um dormia em quartos diferentes com os meninos. Ela [Magali Aravena] finalmente mudou-se cerca de 12 dias depois", disse. 

No entanto, tudo mudou quando a sua relação com a atual namorada, Sol Rinaldi, se tornou pública. Salvio conta que imediatamente a seguir à namorada ter publicado uma foto sua no Instagram, recebeu um telefonema da ex-mulher. 

"Sol tira uma fotografia e publica. Imediatamente liga-me minha ex-mulher. Fui conversar para a casa de banho. Disse-me: 'filho da p***, vou arruinar-te a carreira, vais jogar para a Nigéria, tira-a da minha casa'. Pedi, por favor, que me deixasse viver a minha vida e foi aí que comecei a ouvir os meus filhos. Ela disse-lhes: 'mudem de roupa, vamos ver o vosso pai, a merda do vosso pai'", acrescentou.

Apesar de o alegado atropelamento continuar sob investigação, já foram divulgadas as medidas de coação aplicadas pela justiça argentina ao jogador de 31 anos. De acordo com o jornalista César Luis Merlo, do canal desportivo argentino TyCSports, Eduardo Salvio está proibido de estar a menos de 300 metros da alegada vítima, de sair do país (Argentina) sem autorização prévia e, ainda, de conduzir durante um mês.

Ainda assim, a proibição de contacto direto com Magali Aravena não faz qualquer referência aos dois filhos que o casal tem em comum. Portanto, até à data, o jogador poderá estar com Valentino e a Cloé, se assim o desejar.

Boca Junior não ativou o "Protocolo de Ação" para casos de violência de género

Assim que o alegado atropelamento foi tornado público, esta quinta-feira, 14, o atual clube de Salvio, Boca Juniors, divulgou um comunicado no qual se "disponibiliza à Sra. Magalí Aravena e à Justiça" para prestar qualquer esclarecimento do que aconteceu. No mesmo texto, o clube garante ainda que oferece o seu "acompanhamento" ao ex-jogador do Benfica e, ainda, qualquer "assistência de que possa necessitar".

Ainda assim, o clube não ativou o recente "Protocolo de Ação em Casos de Violência baseados no Género, Identidade de Género e/ou Orientação Sexual". E há uma explicação. 

Recorde-se de que no dia 12 de agosto de 2021, por iniciativa do Departamento de Inclusão e Igualdade do clube, foi aprovado no Conselho de Administração o "Protocolo de Ação contra Casos de Violência com base no Género, Identidade de Género e/Ou Orientação Sexual".

Trata-se de uma ferramenta que, segundo o jornal "Olé", começou a ser oficialmente implementada em meados de dezembro e que fornece à instituiçãoo procedimento a seguir em caso de atos de violência baseados no sexo, identidade de género ou orientação sexual.

No entanto, até à data, apesar de a ex-mulher de Salvio já ter apresentado uma queixa formal contra o jogador, onde diz ter sido vítima de "lesões em contexto de violência de género", o Protocolo não foi ativado. 

Isto porque, segundo os artigos 10.º ("Queixa anónima ou de terceiros") e 11.º ("Reclamações") do Protocolo, este só é ativado se o clube receber uma denúncia da pessoa afetada ou de terceiros com o seu consentimento. Caso a queixa seja encabeçada pela vítima, "deve ser apresentada ao Departamento de Inclusão e Igualdade", sem necessidade de reclamação judicial.

Ou seja, o protocolo não é automaticamente ativado apenas por se tratar de um caso público.

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