A economia não mexe e os salários de alguns sofreram cortes. A pandemia pediu ao País que parasse, mas as contas a pagar aos bancos, essas, continuam. Ainda assim, são já vários os bancos a implementar medidas que vêm aliviar quem todos os meses tem prazos a cumprir para pagar créditos à habitação ou pessoais

Na sua maioria, está prevista uma moratória dos empréstimos, ou seja, um adiamento ou suspensão dos pagamentos, por um período de seis meses. Há ainda bancos, como a Caixa Geral de Depósitos, o BPI e o Santander que incluem nessa lista os créditos pessoais e automóvel.

Banco a banco, saiba o que cada um tem para oferecer de maneira a suavizar este período de crise.

Caixa Geral de Depósitos

"O momento de exceção em que nos encontramos exige que se atue no sentido de apoiar as empresas e os particulares a ultrapassarem os fortes constrangimentos de liquidez que a redução da atividade gera", escreve a CGD no seu site, antes de listar todas as medidas que entram agora em ação.
Para as empresas, a Caixa Geral de Depósitos reajustou os pagamentos das prestações mensais por um período de seis meses. Também os prazos de pagamento de financiamento especializados "em modelos de leasing para equipamentos mais atingidos pela atual crise" podem ser prolongados por períodos adicionais de 12 meses, "reduzindo o esforço de tesouraria mensal".
Quanto às famílias, a CGD permitirá o adiamento até seis meses do pagamento da prestação do crédito. Na verdade, os clientes irão apenas pagar os juros, que até poderá representar um valor superior a 50 por cento do valor total, depende de empréstimo para empréstimo, e da fase em que está do pagamento. É normal, em muitos créditos, que no início se pague uma fatia muito maior de juros, abatendo um valor residual ao valor total em dívida, e só mais para final do crédito se começará a pagar menos juros e a abater mais na dívida total. Mas este "perdão" de seis meses não significa que não se pague o valor em dívida. Findo os seis meses, serão refeitas as contas ao crédito, e o valor que não foi pago será diluído pelas prestações em falta, ou seja, dentro de seis meses a sua prestação irá subir.
Além disso, todos os titulares de Conta Caixa não vão pagar as transferências feitas pelos canais digitais e, todos os clientes com pensão até 1,5 vezes o salário mínimo nacional e os jovens até aos 26 anos estão isentos de comissões.

BPI

O BPI anunciou esta semana que vai disponibilizar uma moratória de crédito a empresas e famílias, com carência de capital em operações de crédito, e eliminar a comissão aplicada aos comerciantes no pagamento automático, dado o impacto da COVID-19.

Já para os clientes com salários afetados pela crise, o BPI adianta, em comunicado, que vai "manter, sem qualquer agravamento, as condições dos seus pacotes básicos de serviços e do crédito habitação", o que nos empréstimos sobre a compra de casa significa que não há penalizações nas bonificações de spread.

A par desta decisão, o BPI diz ter eliminado a comissão mínima nas transações efetuadas nos Terminais de Pagamento Automático (TPA), tendo ainda decidido suspender a cobrança desta mensalidade em estabelecimentos fechados temporariamente.

Montepio

Os clientes do Montepio podem ter também um adiamento de seis meses para pagar os créditos. A nível empresarial, lançou mais uma linha para apoio aos micro, pequenos e médios negócios, para gestão de tesouraria e necessidades imediatas e momentâneas.

O Banco Montepio vai permitir aos clientes a possibilidade de duplicarem o plafond da conta ordenado, além da condição normal de que dispõem. Na prática, esta medida permite que o cliente tenha um plafond disponível igual a duas vezes o seu salário. Para isso, os clientes devem solicitar este apoio, para aprovação prévia e com garantia de aprovação rápida pela instituição. A medida permitirá às famílias ter mais dinheiro disponível, em caso de necessidade.

Novo Banco

As empresas clientes do Novo Banco poderão beneficiar um período de carência de capital até 12 meses em contratos de financiamento de médio e longo prazo já em curso, em casos devidamente justificados. Além disso, disponibiliza as chamadas linhas de apoio à antecipação de receitas que, como o nome indica, "antecipam às empresas as prestações da Segurança Social, que atingem 70% do valor suportado com salários". Uma solução para resolver problemas de tesouraria e reduzir o risco de salários em atraso.

Santander

Também o Santander vai permitir aos seus clientes adiarem por seis meses o pagamento de crédito ao consumo e habitação. Segundo banco, esta medida vai permitir que as famílias portuguesas "não amortizem neste período quase mil milhões de euros de capital".

Já para as empresas, essa moratória é de um ano. Para tal, as empresas terão de fazer o pedido através dos canais digitais  e essa renegociação não altera o spread das operações e não ha cobrança de qualquer taxa extra.

Millenium e BBVA não fazem alterações nos créditos atuais

O Millenium não tem previstas atualizações ao crédito e apenas lançou medidas para o apoio nas transações. Não há taxas no MBWay, os comerciantes que encerrem os seus estabelecimentos não têm que pagar a mensalidade do terminal de pagamento automático (TPA) e essa taxa mínima foi eliminada para todos até dia 30 de junho de 2020.

O BBVA não fez alterações aos créditos atuais, mas facilita os próximos:  lançou uma linha de crédito especial "para ajudar as empresas a gerir o impacto financeiro que a atual pandemia da COVID-19 está a provocar na sua tesouraria”. O banco de capitais espanhóis indicou, igualmente, que, na utilização dos canais digitais para a realização de transferências de ordenados, não serão cobradas comissões por tempo indeterminado.