Só nós é que sabemos como a mesa do catering estava bonita para receber Rui Rocha, no início de fevereiro, quando a entrevista esteve inicialmente marcada. Bonita é o menos, na verdade. Eram bolas de berlim com creme de leite, pãezinhos de salmão com queijo creme, suminhos frescos. O telefone tocou à hora a que o candidato da Iniciativa Liberal deveria estar a chegar ao nosso estúdio. "Houston, we have a problem". Não foi isto que a assessora da IL nos disse, mas foi só isso que soou nas nossas cabeças. Quem perdeu, na verdade, foram os liberais, ganharam os jornalistas da MAGG, que levaram o lanchinho para casa. Incha, Rui. Entrevista adiada.
Take 2.
Nova data, tudo pronto, mas já sem bolas de berlim (mas havia os pãezinhos de salmão — não os mesmos, calma), e o telefone tocou. Era a assessora da IL. Suores frios. "Estamos 15 minutos atrasados". Ufa.
Rui Rocha chegou 25 minutos depois da hora marcada, vindo direto de um intenso debate a 8 nas rádios. Vinha cansado, qb, vá. Fato escuro, gravata sóbria, bem disposto. Saltou os comes e bebes e foi direto para o estúdio. Mas voltaria, já depois da entrevista, e com tanta coisa boa para comer agarrou-se a uma miniatura de pastel de nata, vá se lá perceber. E levou um sumo de laranja para a viagem até Sines.
No estúdio, falou de como quer prédios altos para ajudar a resolver os problemas da habitação, explicou como vai ser a Saúde num mundo liberal, partilhou o que viveu durante anos com uma mulher professora deslocada de casa, riu-se dos seus ex-óculos fundo de garrafa e não perdeu tempo a falar de adversários.
Depois da entrevista, foi recolhido pelo enorme autocarro da IL, que ocupou quase toda a rua do estúdio.
A conversa, essa, está aqui.
Importante: A MAGG convidou todos os líderes partidários com assento parlamentar para serem entrevistados. Entre recusas, incompatibilidades de agenda e ausência de resposta, dois aceitaram: Ventura e Rui Rocha.