Dizia ter um apartamento para alugar no centro de Paredes e pedia 350€ pela renda do espaço de que não era proprietária. Sandra Eugénia Silva, que se apresentava como Cátia Sousa, através de um perfil falso no Facebook, pedia um sinal para garantir a habitação às vítimas de burla, com quem apenas estabelecia contacto através das redes sociais. As imagens, que mostravam um espaço amplo e bem iluminado, pertencem a um outro apartamento que está para venda numa agência imobiliária. Quem o comprovou foi o legítimo proprietário do imóvel, avança o "Correio da Manhã", esta quarta-feira, 9 de setembro.
"Fui enganada. Fiquei sem o apartamento e sem os 350 euros do sinal. É triste, no final de tudo, ainda perceber que a casa nunca existiu”, conta uma das vítimas, ao mesmo jornal.
A proposta era tentadora: um T3, no centro de Paredes, por 350 euros por mês, já com condomínio incluíndo. O problema é que esta casa nunca foi propriedade de Sandra Eugénia Silva. A fotografia que apresentava a fachada do prédio correspondia à morada que entregava às vítimas, mas as imagens do interior do imóvel não pertencem à habitação que dizia estar a alugar.
A protagonista da burla evitava contactos presenciais, alegava ter várias ofertas de pessoas interessadas e pedia um sinal para garantir a disponibilidade do apartamento. Apesar de nunca terem visitado o imóvel, as vítimas acabavam por fazer a transferência do valor acordado com Sandra Eugénia Silva.
“Vi em maio o anúncio numa página da internet. Pedia 350 euros por um T3. O preço era bom. A alegada proprietária disse que ainda estava lá um inquilino e que, como estava a receber muitas mensagens pelo imóvel, precisava de um sinal”, explicou Dina Garcia, uma outra vítima do esquema online, que transferiu 180 euros para garantir a reserva do apartamento.
“Investiguei tudo. Quando já tinha as certezas todas confrontei-a e consegui apanhá-la rápido”, conta Dina Garcia, ao jornal "Correio da Manhã". O proprietário legal da casa vive no interior da habitação que Sandra Eugénia Silva utilizava nas burlas, sendo que a verdadeira morada não corresponde à do anúncio.
A acusada já foi condenada seis vezes por crimes idênticos. A primeira burla veio a público em 2011, quando inventou ter cancro, rapou a cabeça e fez um peditório em Baltar. Desta vez, nega o envolvimento no caso e, à mesma fonte, Sandra Eugénia Silva diz já ter apresentado queixa às autoridades por difamação.