Após um dos maiores escândalos da história dos festivais de música, o Fyre Festival está de volta para uma segunda edição, revela a revista de lifestyle e moda do "New York Times", "The Cut". Billy McFarland, o empresário responsável pelo fracasso estrondoso da primeira edição, que até teve direito a um documentário na Netflix, anunciou que o Fyre Festival II acontecerá de 30 de maio a 2 de junho de 2025, na Isla Mujeres, México. O anúncio tem gerado reações mistas: enquanto alguns estão entusiasmados com a promessa de uma experiência exclusiva e luxuosa, muitos outros questionam se este evento não será apenas um novo golpe.
O Que Já Se Sabe Sobre o Fyre Festival II
Segundo McFarland, os bilhetes já estão à venda e variam entre os 1400 e uns escandalosos 1,1 milhões de dólares. Os pacotes mais caros oferecem experiências VIP, incluindo estadias em iates e atividades exclusivas. No entanto, ainda não foram anunciados artistas para o cartaz, o que tem gerado especulações sobre a viabilidade do evento.
Além da música, McFarland promete que esta edição terá atividades diversificadas, como aulas de MMA (um desporto de combate), skate profissional, experiências gastronómicas exclusivas e outras surpresas. Segundo ele, a intenção é criar algo que vá além de um festival tradicional e oferecer uma experiência imersiva.
Contudo, o histórico da primeira edição faz com que muitas pessoas permaneçam céticas. Especialistas da indústria alertam que um evento desse porte exige meses de planeamento logístico, algo que o Fyre Festival original falhou completamente em executar.
O Fiasco do Primeiro Fyre Festival
O Fyre Festival de 2017 foi vendido como um festival exclusivo para milionários, promovido por influenciadores como Kendall Jenner, Bella Hadid e Hailey Bieber. O evento prometia um fim de semana de luxo nas Bahamas, com villas luxuosas, gastronomia refinada e performances de grandes artistas. O que os participantes encontraram, no entanto, foi um caos absoluto: não havia infraestrutura adequada, os alojamentos eram tendas improvisadas (usadas para desastres naturais), os alimentos eram sanduíches simples de pão de forma e queijo, e os artistas cancelaram as suas apresentações. Muitos visitantes ficaram presos na ilha sem forma de voltar, e a situação transformou-se num escândalo global, resultando em múltiplas ações judiciais e no colapso completo da credibilidade de McFarland.
Quem é Billy McFarland?
Billy McFarland, o nome por detrás do Fyre Festival, é um empreendedor americano que se apresentou durante anos como um visionário dos negócios. Antes do festival, ele fundou a Magnises, um cartão de crédito exclusivo para jovens de alto poder aquisitivo. O negócio prometia vantagens especiais, mas foi rapidamente acusado de publicidade enganosa.
Em 2017, após o fracasso do festival, McFarland foi investigado por fraude e condenado a seis anos de prisão por enganar investidores e clientes. Cumpriu quatro anos antes de ser libertado por bom comportamento e, desde então, tem tentado reconstruir a sua imagem e carreira.
Será Diferente Desta Vez?
O regresso do Fyre Festival gera dúvidas legítimas. Apesar das promessas de McFarland, ainda não há provas concretas de que o evento conseguirá cumprir tudo o que promete. O passado turbulento do empresário e a falta de transparência no planeamento fazem com que muitos temam que esta seja apenas uma tentativa de recuperação financeira após os problemas legais que enfrentou.
Com ingressos já à venda e pouca informação sobre a estrutura real do evento, resta saber se o Fyre Festival II será uma redenção ou um novo desastre anunciado.