Depois dos negacionistas da existência de um planeta terra redondo, dos negacionistas das vacinas de COVID-19 e dos que acreditam que figuras como Elvis Presley ainda estão vivas, há uma nova teoria a circular nas redes sociais este verão que garante que usar protetor solar para se proteger do sol é um engodo inventado pelas farmacêuticas. Apesar de haver influenciadores para todas as áreas, esta é uma estreia: influenciadores anti-proteção solar.

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James Middleton, personal trainel britânico com 250 mil seguidores, é um dos que acreditam nesta teoria. “Pense nisto por um minuto. Eles [indústria] precisam que acredite que o sol é mau”, escreveu no Instagram. No Twitter, recomenda que não se use protetor solar, porque “a vitamina D produzida pelo organismo quando exposto à luz solar é capaz de impedir o desenvolvimento de uma doença autoimune”.

James não é imunologista, oncologista e nem sequer é médico. Contudo, os seus seguidores aplaudem a sua teoria e o facto de denunciar este “mito perigoso” criado pela indústria para vender mais protetores solares, revela o "El País".

Gonzalo Segurado, dermatologista da Unidade de Cancro de Pele do Grupo Pedro Jaén, afirma que a vitamina D é importante. “É uma hormona necessária para absorver o cálcio e o fósforo, dois elementos fundamentais para a boa saúde dos ossos e dentes. Devido ao seu papel no metabolismo do cálcio, está também implicado na saúde cardiovascular, na fertilidade, em certas patologias nervosas, em doenças autoimunes, estando mesmo a ser estudado o seu papel no desenvolvimento de alguns tipos de cancro”, explicou, alertando que “ter um nível adequado no sangue também não protege contra certas doenças, porque há outros fatores em jogo”.

O especialista refere que “quinze a vinte minutos de exposição solar sem proteção no rosto, braços ou pernas seriam suficientes para absorver a quantidade necessária [de vitamina D]”. Muitas pessoas recorrem a “truques” para se bronzearem, como utilizar protetor solar com um fator de proteção muito baixo, espalhar pouca quantidade de produto, não colocar de todo em dias nublados ou ir ao solário durante todo o ano.

“Bronzeado saudável não existe”, afirma o dermatologista. “O bronzeado da pele é um mecanismo de defesa que o organismo aciona ao receber a agressão dos raios solares. Tem que se proteger adequadamente, porque os truques só servem para criar uma falsa sensação de segurança que nos deixa mais vulneráveis ​​aos danos causados ​​pelo sol”, explica.

Esta teoria que se tem espalhado pelas redes sociais afirma que o sol não é tóxico, mas sim os protetores solares. O argumento é que os nossos antepassados não utilizavam produtos químicos nem proteção solar e “nunca foram diagnosticados com um melanoma de grau III” e “viveram felizes”.