O contrato da primeira empreitada de prolongamento das linhas amarela e verde (Rato – Cais do Sodré), que dará origem a uma linha circular do Metro de Lisboa, foi assinado esta quarta-feira, 6 de maio. Este passo que vai permitir arrancar com a obra, e dar início à construção dos toscos entre a estação do Rato e a futura estação de Santos — um investimento orçamentado em 48,6 milhões de euros e adjudicado à construtora Zagope. No total, está em causa um valor total de 210 milhões de euros para todo o projeto.
Contudo, este investimento está ainda pendente do visto do Tribunal de Contas. Dada a autorização do tribunal, o projeto tem um prazo de execução de 960 dias. De acordo com o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, a obra vai avançar "ainda este ano" e deverá estar concluída em "três anos", disse na cerimónia de assinatura do contrato.
João Matos Fernandes está confiante de que "não há nenhuma razão" para o visto do Tribunal de Contas ser chumbado, o que irá permitir avançar com a linha circular. O mesmo referiu que a obra é "prioritária" e que sem ela "é impossível pensar-se na extensão da linha de metro" para outros concelhos da Área Metropolitana de Lisboa.
Uma delas é a extensão do metro até Alcântara, um investimento de 400 milhões de euros, projeto que "está muito adiantado", diz o ministro. "Terá estações nas Amoreiras, em Campo de Ourique, na descida da Avenida Infante Santo e em Alcântara. Estamos a concluir o projeto e assim que tivermos forma de financiar essa linha iremos começá-la", prometeu.
A linha circular do metro de Lisboa tem gerado polémica, razão pela qual foi de início rejeitada pela Assembleia da República, em julho do ano passado, e chegou mesmo a ser suspensa pelo parlamento em fevereiro. No entanto, o Governo decidiu avançar na mesma.
As razões que deixam especialistas e partidos políticos, à exceção do PS, de pé atrás é o facto de este ser um projeto complexo e dispendioso. Além de implicar um aumento do tempo de espera, está em causa um investimento de cerca de 276 milhões de euros que beneficia apenas a baixa da cidade.
Mas há mais argumentos: "[O projeto] vai andar por uma profundidade superior a 50 metros, onde vai ficar a estação da Estrela e vai ter alguns problemas geotécnicos junto ao Instituto Superior de Economia e Gestão e à entrada da estação de Santos", disse Vítor Domingues dos Santos, o presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa.