Diz que as pessoas a olham de lado, tem a alcunha de "Maluca" e não consegue encontrar emprego para sustentar os dois filhos, mas Melissa Sloan, 45 anos, garante que não irá de tatuar o corpo e a cara, porque é uma coisa que a faz sentir-se bem, um vício, tal como a droga ou o álcool. E nem os problemas todos que o seu aspeto físico lhe tem causado a fazem recuar: a próxima tatuagem já tem data marcada e será um crucifixo debaixo do olho direito.

Olhando para a cara de Melissa Sloan a pergunta que nos poderá saltar à cabeça é mais: mas onde é que ela tem espaço para fazer mais tatuagens. "Não tenho muito, mas tenho algum. Mas já comecei a fazer tatuagens mais recentes por cima de outras mais antigas", conta ao jornal inglês "Daily Star". "Vou fazer outra já amanhã. É um crucifixo, debaixo do olho direito. Não é que seja religiosa, gosto apenas de cruzes".

Com o cabelo às cores e a cara toda coberta de tatuagens, esta mãe de dois filhos residente no País de Gales diz que por vezes as pessoas "são más" na forma como a olham e julgam. "Há muito julgamento", queixa-se. O pior é quando vem de potenciais empregadores. "Quis tentar arranjar um emprego a lavar casas de banho numa empresa aqui perto de minha casa, mas não me aceitaram. E foi por causa das tatuagens. Mas ninguém me ia ver", lamentou Melissa.

Catarina Furtado faz a primeira tatuagem aos 50 anos. Conheça a história pessoal por detrás do desenho
Catarina Furtado faz a primeira tatuagem aos 50 anos. Conheça a história pessoal por detrás do desenho
Ver artigo

As tatuagens não são apenas um estilo, já são mesmo um vício. Faz pelo menos três por semana, e o artista é quase sempre o namorado. Vantagem: sai muito barato. "Nós temos máquina, por isso só temos de comprar a tinta e a agulha descartável. Eu acho que em média cada tatuagem sai-me a 1 euro", disse.

O registo das tatuagens é "ao estilo das prisões", que é o que Melissa e o namorado mais gostam. Mas também tem diversas outras ao longo do corpo, como coelhinhos da Playboy nas pernas. Mas onde gosta mesmo de fazer mais tatuagens é na cara. E não há um tema recorrente ou preferido. "Eu vou com a corrente, o que quer que eu goste, ponho na cara. Vou com a inspiração. Como ainda me sobra espaço, vou fazendo mais".

Melissa antes de ter a cara tatuada

Melissa não está minimamente arrependida de ter alterado totalmente o aspeto físico e garante mesmo: "Nunca vou parar. Já fiz tatuagens por cima umas das outras porque não tinha espaço, e vou continuar a fazer isso. Isto dá-me adrenalina, sinto-me incrível depois de fazer uma tatuagem. Mas essa sensação desaparece ao fim de dois ou três dias e depois quero fazer outra para sentir isso outra vezes. É um vício"

O que não a preocupa por aí além é o julgamento constante dos outros. Já aprendeu a viver com isso. "As pessoas chamam-me Melissa Maluca, mas eu sinto-me apenas como a Melissa. Se não gostam, não têm de olhar para mim. Não ligo a isso. Mas há muitas pessoas que julgam, e julguem-me como quiserem".