Algumas grandes superfícies em Portugal estão a colocar alarmes em latas de atum e outros alimentos de baixo valor, devido ao aumento brutal dos furtos de comida. Esta situação começou a escalar desde setembro, altura em que se começou a sentir verdadeiramente no bolso dos portugueses o peso da inflação, acima dos 10 por cento, que fez com que se acentuasse a situação de pobreza em que muita gente vive, revela uma reportagem publicada esta sexta-feira pelo jornal "Expresso".
De acordo com a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), que representa os super e hipermercados nacionais, os furtos estão a aumentar sobretudo em alimentos de valor baixo ou médio, como garrafas de azeite, latas de atum, salmão congelado ou bacalhau, pode ler-se no semanário. Os autores destes furtos são sobretudo pessoas em situações mais graves de carência, nomeadamente idosos ou pais e mães que vivem em situações de pobreza e furtam comida para os filhos.
Estas situações têm-se vindo a agravar muito devido à conjuntura internacional, como a Guerra na Ucrânia, que tem gerado um aumento gradual e progressivo dos preços de bens de primeira necessidade, como a comida, o gás ou a eletricidade. A inflação superou já os 10 por cento em Portugal, a maior subida nos últimos 30 anos.