Pelas 11h30 desta segunda-feira, 28 de abril, Portugal (e outros países europeus) ficou completamente às escuras. O apagão afetou a vida de milhares de pessoas, bem como serviços essenciais como hospitais, aeroportos, transportes e telecomunicações. 

Sem eletricidade, uma das principais preocupações que surge é relativamente à preservação dos alimentos frescos e congelados. Depois de mais de 12 horas de apagão em algumas localidades, é crucial verificar o estado dos alimentos e saber quais deve descartar. Para isso, a MAGG falou com a especialista em Segurança Alimentar Tânia Lopes. 

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“Efetivamente, o que deverá acontecer é, em termos de frigoríficos domésticos, não abrirmos as portas de qualquer frigorífico ou congelador durante o apagão, mas monitorizarmos as temperaturas quando o apagão termina. Neste momento, os portugueses já têm acesso à eletricidade e, portanto, os frigoríficos já estão ligados. Deverão confirmar se efetivamente as temperaturas foram comprometidas”, começa por explicar à MAGG. 

“É verdade que produtos mais perecíveis, como queijo fresco e ovos, em que a oscilação da temperatura é maior e estão em ambientes de refrigeração, devem ser muito possivelmente descartados, pois não deverão estar intactos para consumo humano neste momento”, alerta Tânia Lopes. 

“Uma vez que estamos a falar de um período de 16 horas, a maioria dos congeladores já não descongela, se não forem abertos, até porque, normalmente, os congeladores estão entre os -15 e os -18ºC e os alimentos precisam de -12ºC para manter. Portanto, não deverão ter problemas. De qualquer maneira, se a pessoa notou que o alimento está descongelado, poderá congelá-lo no dia de hoje, uma vez que ele está em processo de descongelação, mas tem de fazer aqui alguma alteração ao produto, porque senão ele não ficará conforme”, acrescenta a especialista em Segurança Alimentar.

No que diz respeito aos alimentos mais sensíveis a oscilações de temperatura e que, por isso, deverão ser descartados, a especialista destaca os iogurtes, queijo fresco, molhos que possam estar abertos, produtos de charcutaria também já abertos, ovos e marisco. “Para além do pronto a comer, ou seja, produtos que a pessoa pudesse ter feito num tacho e que tenha conservado no frigorífico, estes são os produtos de alerta”, frisa Tânia Lopes. 

Se não tem a certeza de que um alimento esteja apto para consumo, pode sempre recorrer ao “apoio sensorial”, verificando o cheiro e a textura dos alimentos. “Grupos de risco, idosos, população que possa ser adoecida por algum momento, crianças devem evitar qualquer tipo de alimento na dúvida, porque são pessoas com maior dificuldade em conseguir digerir o alimento”, recomenda Tânia Lopes. 

“Outra anotação que as pessoas possam ter é: efetivamente, há produtos que têm sete ou oito dias de validade que podem ter ficado comprometidos e não vão durar os sete dias, mas não quer dizer que estejam imediatamente estragados. O que vai acontecer é que eles vão ter uma validade reduzida para a validade que estava prevista pelo fornecedor em condições normais”, acrescenta. No que diz respeito a frutas e legumes crus, é possível que estejam em condições de consumo.