Apesar de ainda não existirem provas concretas sobre o que causou o novo surto de coronavírus em Pequim, na China, que já obrigou o governo a fechar escolas e proibiu as deslocações para fora da cidade, as autoridades de saúde estão a atribuir a origem do contágio ao salmão importado de países como Dinamarca, Noruega e Austrália.

O peixe foi retirado dos supermercados, mercados locais e até de plataformas online depois de o presidente do mercado de Xifandi, local onde surgiram mais de 100 novas infeções por COVID-19, afirmar que o vírus foi encontrado numa tábua usada por um vendedor de salmão importado, escreve o "Diário de Notícias".

Salmão. Esqueça a ideia de que este peixe é do melhor que se pode comer (não é)
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Apesar de não existirem provas de que o vírus possa sequer ser transmitido através de alimentos congelados, esta afirmação foi suficiente para toda a China boicotar o consumo de salmão. Mais: os especialistas estão a alertar a população para não consumirem peixe ou marisco importado. Ao mesmo tempo, as autoridades chinesas já entraram em contacto com a Noruega para obter informações sobre o perigo de infeção relacionada com o salmão fresco.

"Ainda temos que descobrir se os seres humanos transmitiram o vírus ao salmão, ou o salmão o contraiu primeiro", disse Zeng Guang, especialista principal da Comissão Nacional de Saúde, escreve a mesma publicação. Já o epidemiologista-chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da China afirmou mesmo que a agência estatal tem a "suspeita muito alta" de a fonte do último surto serem produtos contaminados. Wu Zunyou salientou também que o vírus pode sobreviver na superfície de alimentos congelados até três meses.

Para além desta medida, o governo chinês já fechou 20 blocos habitacionais, encerrou escolas e ordenou que os residentes de Pequim devem permanecer na cidade até terem feito um teste e obtido resultado negativo para o novo coronavírus.