Não somos os únicos em confinamento. Nós estamos confinados à casa e os carros à garagem ou ao cubículo do estacionamento da rua. Inconscientemente, forçámos também os veículos a parar e isso pode trazer complicações para os motores, tal como trouxe para os nossos cérebros que suplicam por socialização. Temos, no entanto, a opção de fazer algum exercício em casa ou umas caminhadas higiénicas para pôr o coração a funcionar, algo de que os veículos também precisam mas, neste caso,  para estimular o motor.

Para que nada falhe, há pequenos passos que ajudar a manter o seu carro saudável e em condições para quando puder retomar à estrada. A empresa Azul, pioneira no serviço de distribuição direta de combustível, relembra o que deve fazer para cuidar do seu carro.

É que por mais inútil que pareça, o facto de lavar um carro que nem sai da porta de casa, daqui a uns meses pode não ser tão agradável quando a ferrugem se começar a notar ou a criar complicações nos rotores do freio (ou grandes discos de metal que estão junto às rodas, para quem este é um idioma desconhecido). Vamos então às dicas.

1. Ligue o veículo, pelo menos uma vez por semana

Ainda se lembra da última vez que ouviu o motor do seu carro? Estar em casa até nos pode deixar mais preguiçosos, mas a preguiça pode ter um impacto negativo no seu carro. "O não movimento de uma máquina que é feita para estar em movimento pode ter sempre consequências não desejáveis para os utilizadores", diz à MAGG  Hugo Botelho, fundador da Azul.

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azul Hugo Botelho, fundador da Azul créditos: divulgação

E não precisa mais do que cinco minutos para colocar o carro a trabalhar e zelar pelo seu bom funcionamento no futuro. É importante não só para estimular a bateria, como também outras estruturas do veículo que precisam de estar ativas frequentemente e ainda libertar gases que estejam acumulados dentro dos motores e das diferentes componentes do veículo.

Além desta dica, a empresa Azul deixa um alerta para que quem tem o carro na garagem: este procedimento deve ser feito com a porta aberta para evitar possíveis problemas respiratórios e intoxicações.

No entanto, o ideal é que além de ligar o motor, dê também algum movimento ao carro: "Se não mexer o veículo, a falta de movimento faz com que haja uma acumulação maior de desgaste, seja nas pinturas, nos metais, nos diferentes componentes que ficam parados e podem solidificar, fazendo uma acumulação de resíduos que podem danificar diferentes partes do veiculo", algo que a longo prazo pode trazer custos indesejáveis, como acontece frequentemente com falhas na bateria, indica Hugo Botelho.

2. Lavar o carro regularmente

É certo que tem chovido nos últimos dias e os carros têm levado uma certa limpeza. Contudo, como diz o ditado popular, às vezes é "pior a emenda que o soneto", deixando os carros ainda mais sujos.

Com ou sem chuva, lavar o carro mesmo estando parado é importante, uma vez que a ferrugem está sempre à espreita. "Para prevenir complicações derivadas do enferrujamento quer da parte externa do automóvel, quer dos próprios rotores do freio, lave o carro a cada duas ou três semanas, de forma a eliminar as partículas de ferrugem e toda a sujidade coletada", recomenda a Azul.

No caso de já não ir a tempo da prevenção, o fundador da empresa indica que há diferentes produtos para remover a ferrugem de acordo com o tipo de veículo ou local onde está alojada, mas seja qual for o caso, a manutenção pode ser feita por si sem ter de recorrer a uma oficina (algo que em tempo de distanciamento social pode ser uma vantagem).

3. Verificar a pressão dos pneus

Saber se a pressão dos pneus está certa é quase como fazer uma receita a olho: não precisa de ter as quantidades, basta avaliar a olho (e neste caso também com as mãos). Isto porque o facto de os pneus estarem muito tempo no mesmo piso e posição pode levar a que que alterem.

Uma das características que pode resultar da imobilização do veiculo é que a parte que contacta com o solo pode ficar ou mais macia ou mais rígida que o restante pneu e, por isso, a Azul recomenda que confira a pressão a cada duas semanas.

"Se vir que está vazio o ideal é enchê-lo o mais rapidamente possível porque depois quando voltar à estrada, se os pneus estiverem vazios, pode danificar a direção e as rodas do veiculo", refere Hugo Botelho, fundador da Azul.

4. Controlar o depósito de combustível

Por mais pequenas que sejam as voltas que dá com o carro para o ativar, terá sempre de ter algum combustível. Mas qual será a quantidade ideal? O que pode acontecer ao combustível que fica parado muito tempo? O fundador da Azul esclarece.

"Convém ter sempre combustível, com uma capacidade mínima de 15 litros no motor. Um tanque cheio não é recomendado porque há uma evaporação de gás de qualquer maneira e quanto mais volume tiver de combustível, mais resíduos se vão acumular enquanto o carro estiver parado", refere Hugo Botelho.

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Quanto às consequências do combustível permanecer parado durante muito tempo, não há perigos, mas há algo a que deve ter em atenção: "Se fica com o mesmo volume no mesmo tanque durante um, dois, três meses, pode haver a tal acumulação de resíduos que, quando voltar a ligar o veículo e houver um injecção de combustível, podem danificar algum dos injetores e alguns dos sistemas que estão ligados ao combustível", destaca o responsável da Azul.

Por isso, o ideal será ter sempre algum combustível no carro e ir fazer deslocações curtas, de modo a lubrificar o sistema e a não deixar a gasolina ou o gasóleo perder qualidade.

5. Verificar os filtros de ar

A última dica diz respeito aos filtros de ar: devem ser removidos para verificar se estão ou não limpos e, no caso de não estarem, pode limpá-los com um aspirador ou pano húmido. No caso do fundo do recetáculo do filtro, é aconselhado fazer a limpeza com ar comprimido.

Esta é uma forma de evitar que no momento de voltar a circular com o carro, não sinta falta de potência ao acelerar, de acordo com a Azul.