Uma tenente do exército português foi vítima de um ataque nas redes sociais, onde a ligaram a um vídeo pornográfico a circular no WhatsApp e nos telemóveis de militares. O vídeo em questão, oriundo de uma página de conteúdos para adultos, circulava acompanhado de duas fotografias da tenente em momentos de lazer, e também de uma imagem de um cartaz de recrutamento, pelo qual a militar deu a cara, insinuando assim que esta era a protagonista do vídeo.

Para além de se tratar de uma situação falsa — o vídeo é protagonizado por uma atriz porno italiana —, fontes do exército português acreditam que este ataque foi uma tentativa de prejudicar profissionalmente a tenente, que mantinha um percurso "imaculado" e "promissor", revelaram ao "Correio da Manhã". As mesmas fontes consideram ainda que o sucedido foi um "ataque de carácter", que tinha como objetivo humilhar a tenente "como mulher e prejudicar-lhe a carreira".

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Menos de um mês depois de o vídeo começar a circular, o Comando do Pessoal do Exército emitiu um esclarecimento em que confirma internamente ao efectivo que a mulher do vídeo não se trata da tenente, avança a mesma publicação. Para além disso, o exército já havia denunciado o caso à Polícia Judiciária Militar — depois da queixa da tenente aos seus superiores hierárquicos —, dando-se início a um processo de averiguações.

No mesmo esclarecimento, é também referido que o exército disponibilizou apoio psicológico à tenente e "solidarizou-se com a referida militar e a sua família". No documento, também pode ler-se que a instituição "condena e repudia de modo veemente a inqualificável devassa da vida privada da militar e a infame associação de conteúdos de índole pornográfica à imagem" da oficial.

Com esta situação, estão em causa crimes de devassa da vida privada (punível até um ano de prisão ou multa até 240 dias), injúria (prisão até três meses ou multa até 120 dias) e difamação (cadeia até seis meses ou multa até 240 dias). Mais: a publicidade e a calúnia agravam estas penas em um terço.

Atualmente, há 2.783 mulheres ao serviço das Forças Armadas, de acordo com dados do ministério da Defesa, número que corresponde a cerca de 11% do efectivo total. "A atual percentagem ainda é demasiado baixa", disse ao CM a mesma fonte oficial do exército. Embora não existam alvos concretos em número ou percentagem, o "fundamental é garantir que a Defesa Nacional e, em particular, as Forças Armadas, estabeleçam as condições necessárias para que todos os jovens portugueses, homens e mulheres, possam, de igual forma, servir a sua pátria".

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