O escalar da tensão na Ucrânia levou à retirada da maior parte dos jornalistas nacionais e internacionais esta terça-feira, 1 de março, avança a SIC Notícias.
No local, os enviados especiais da SIC, Ana Moreira e Fernando Silva, relatam filas intermináveis de milhares de pessoas que, em carros, tentam abandonar a Ucrânia em busca de segurança. Segundo Ana Moreira, uma viagem de poucos quilómetros pode demorar horas.
"Temos visto filas intermináveis de carros, muita gente a tentar sair da Ucrânia, fazendo o mesmo caminho que estamos a fazer para entrar através da fronteira Romédia/Moldávia. As filas são muito grandes. Levámos mais de cinco horas para fazer menos de 300km e é preciso dizer que tendo um carro identificado como jornalistas, as autoridades têm sido sensíveis ao facto de darem prioridade aos jornalistas", disse a repórter a caminho dos países vizinhos.
Até à fronteira da Roménia há, segundo a enviada da SIC, vários postos de controlo e barricadas, nomeadamente de cimento, com sacos de areia e, nalguns casos, existem até bunkers e muitos militares nos postos de controlo.
"Saímos de Kiev porque deixaram de existir condições de segurança para nos mantermos na capital da Ucrânia"
Já em Kalinivka, perto de Vinnytsia, os enviados especiais da RTP, Cândida Pinto e David Araújo, relatam as condições de segurança que os obrigaram a abandonar Kiev, capital da Ucrânia.
"Saímos de Kiev porque deixaram de existir condições de segurança para nos mantermos na capital da Ucrânia. Praticamente toda a imprensa portuguesa saiu de Kiev, muitos jornalistas abandonaram a cidade hoje e ontem dada a deterioração das condições de segurança", refere a jornalista Cândida Pinto.
"Em Kiev, ainda passámos por dois postos de controlo com grande tranquilidade. A defesa territorial que está a controlar as ruas não está a oferecer grandes problemas a que as pessoas saiam do país, e da cidade de Kiev. As filas de trânsito em sentido inverso, aí sim, têm grandes dificuldades, porque todos os carros são passados a pente fino, visto que há grandes receios daquilo que possa estar a tentar entrar em Kiev, nomeadamente grupos de sabotagem ou pessoas mal intencionadas. Há uma revista meticulosa a tudo aquilo que chega a Kiev", continua, referindo que a capital se encontra num estado extremamente sensível, com grandes receios do que possa acontecer.
Neste momento, devido ao facto de a Ucrânia ter decretado a lei marcial, está impedida a saída do país de homens entre os 18 e os 60 anos, a não ser que tenham justificação.