
Depois de trabalhar 100 horas por semana durante seis meses, Kwon Yong-suk idealizou um espaço pouco convencional: ser trancado, voluntariamente, numa cela.
Em resposta ao desgaste provocado pelo excesso de trabalho, a BBC revelou como o ex-procurador sul coreano Kwon Yong-suk criou uma alternativa surpreendente ao burnout. O homem idealizou uma “prisão” voluntária, onde os participantes trocam o stresse do quotidiano por celas pequenas e um silêncio absoluto.
A ideia surgiu após uma fase extrema da sua carreira, durante a qual trabalhava mais de 100 horas por semana. Sentindo-se esgotado, o sul coreano chegou a considerar que o confinamento solitário numa prisão real seria preferível ao seu dia-a-dia. No entanto, depois de descobrir que não poderia experimentar esse isolamento por vias legais, decidiu criar o seu próprio conceito, um retiro espiritual inspirado numa prisão.
Assim nasceu, em 2013, o Prison Inside Me, localizado em Hongcheon, a cerca de 100 quilómetros de Seul. Neste espaço, as pessoas são voluntariamente “presas” por períodos de 20 horas de cada vez. Deixam a tecnologia à porta, vestem fardas azuis de recluso e entram em celas individuais sem qualquer contacto com o exterior. Mas antes de serem trancadas, cada um na sua cela, os participantes têm a oportunidade de trocarem opiniões e partilhar histórias entre si.
“Existem 28 células idênticas: cada quarto tem um serviço de chá, um tapete de ioga, uma pequena mesa com um diário e uma casa de banho”, revelou no vídeo. As refeições são simples e entregues através de uma ranhura na porta.
Desde a sua fundação, o espaço já recebeu mais de 2.000 pessoas, revelou a “Al Jazeera”, entre trabalhadores, estudantes, gestores e até donas de casa e todos à procura de silêncio, descanso mental e de fugir do ritmo do dia-a-dia.