O vídeo de uma turista holandesa a dançar com uma gaivota junto à Ribeira das Naus, no Cais do Sodré, Lisboa, foi só o início de uma história que acabou pior para a mulher do que para a ave. Várias pessoas alertaram a equipa da Intervenção e Resgate Anima (IRA), que se deslocou ao local e conseguiu captar o que se seguiu posteriormente. A mulher, que de acordo com a página de Facebook da IRA estava "visivelmente alterada", terá apertado o pescoço à ave no preciso momento em que as autoridades estava a chegar junto dela, o que levou à sua detenção. Ainda de acordo com relato da instituição de resgate animal, a mulher estaria a transportar a gaivota dentro da sua mala, "como se de um adereço da moda se tratasse". A comandante Débora Alves confirmou, em declarações ao "JN", que agentes da PSP detiveram "uma cidadã que não estaria bem”.

A detenção da mulher tem por base um crime de maus tratos a animais, já que as gaivotas, "à semelhança dos animais de companhia, também são animais protegidos", explica a IRA na sua página. Ou seja, legalmente, ninguém pode capturá-las ou "infligir-lhes dor ou sofrimento", explica a instituição na sua página.

No vídeo acima podemos ver a mulher a dançar com o animal. Depois disso, colocou "a gaivota moribunda" dentro da mala e prosseguiu "para outra localização próxima", relata a IRA. "Sem que nada fizesse prever, retirou a gaivota da sua mala em plena rua, pegou-a pelo pescoço e à frente de transeuntes e três agentes da 3.ª esquadra da PSP, tentou torcer-lhe o pescoço". Foi então que as autoridades agiram. "Imediatamente, tanto os agentes como os populares intervieram em socorro da ave, cessando a agressão".

A mulher seguiu depois numa ambulância, por não se encontrar bem, após a PSP ter chamado os bombeiros.
A IRA deixou na sua página um rasgado elogio à atuação das autoridades. "Queremos agradecer aos agentes da 3.ª esquadra da PSP por toda a sua actuação, profissionalismo e principalmente pela lufada de ar fresco que nos deram em mostrar que não haverá qualquer hesitação no cumprimento das medidas que considerarem necessárias para maus-tratos a animais em flagrante".
A gaivota também foi encaminhada para um centro de atendimento veterinário de animais exóticos e "encontra-se sob observação com um prognóstico ainda reservado", revela a IRA.