Esta quinta-feira, 4 de julho, Keir Starmer venceu as eleições legislativas no Reino Unido, e derrotou o atual primeiro-ministro, Rishi Sunak. O líder do partido Trabalhista era o favorito à vitória e que tirou do poder o partido Conservador após 14 anos e seis PM.
As assembleias de voto em 650 círculos eleitorais em Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte abriram às 7 horas locais e fecharam às 22 horas locais, naquelas que são as primeiras eleições gerais do Reino Unido desde que saiu formalmente da União Europeia.
Os conservadores vão ter um grupo parlamentar reduzido ao menor número de deputados de sempre e Rishi Sunak tornou-se o primeiro chefe de Governo na história do país a não ser reeleito, segundo a SIC Notícias.
De ser considerado pouco carismático a ter sido nomeado cavaleiro pela rainha Isabel II, passando pela doença rara da mãe, eis quatro coisas que tem de saber sobre o político de 61 anos.
1. Keir Starmer é considerado pouco carismático
Apesar de ter transformado o Partido Trabalhista ao ponto de se tornar o favorito a vencer as eleições legislativas do Reino Unido, Keir Starmer é considerado pouco carismático e até aborrecido.
Contudo, os amigos descrevem-no como um fanático por futebol – apoiando o Arsenal – que, apesar de ser afável, é bastante competitivo, segundo a NBC News. Apesar de estar prestes a vencer as eleições legislativas britânicas com uma vitória esmagadora, tal como é previsto, a opinião pública sobre o político é morna.
Nas redes sociais, há vários comentários que o provam. “Keir Starmer é extremamente chato e, curiosamente, provavelmente o político mais adequado para liderar o Reino Unido nestes tempos” é um exemplo.
2. Foi nomeado cavaleiro pela rainha Isabel II
Keir Starmer é o candidato a primeiro-ministro com a educação mais simples de todas as gerações e, ao mesmo tempo, o primeiro, desde os anos 50, a ter o título de “Sir”, após ter sido nomeado cavaleiro pela rainha Isabel II, que morreu em setembro de 2022.
Em 2002, tornou-se queen’s counsel (um advogado nomeado pelo Estado como advogado sénior ou advogado com um elevado grau de habilidade e experiência jurídica) e codiretor da Doughty Street Chambers.
Em 2014, foi condecorado com o título de cavaleiro pelo seu trabalho como chefe do Crown Prosecution Service e diretor do Ministério Público, uma tradição para aqueles que desempenham esta função, segundo o “Evening Standard”.
3. Infância marcada pela doença rara da mãe
Keir Starmer cresceu na cidade rural de Oxted com o pai, Rodney, que trabalhava como fabricante de ferramentas, e a mãe, Josephine, que era enfermeira do Serviço Nacional de Saúde. Como esquerdistas, deram ao filho o nome de Keir Hardie, nome do fundador do Partido Trabalhista em 1893.
A relação com o pai, que considerava uma pessoa rude, era distante e a mãe sofria da doença de Still, um tipo raro de artrite inflamatória que a impedia de andar, falar e comer. Josephine morreu em 2015 e Rodney em 2018. “Não tínhamos muito quando estávamos a crescer. (...) Sei o que é ter vergonha de levar os amigos a casa porque a alcatifa está estragada e as janelas rachadas”, disse Keir num discurso em junho.
O político tem três irmãos, Anna, Katy e Nick, que lhe chamavam “superboy”, porque este se destacava em tudo: na escola, no futebol e na flauta. Além disso, foi a primeira pessoa da família a frequentar a faculdade, tendo estudado Direito da Universidade de Leeds, no norte de Inglaterra, e também fez uma pós-graduação em Oxford.
Atualmente, é casado com Victoria Alexander, de 61 anos, que se formou como advogada e que trabalha para o Serviço Nacional de Saúde. O casal, que deu o nó em 2007, tem dois filhos adolescentes de 16 e 13 anos.
4. Houve um rumor de que o político inspirou personagem de "O Diário de Bridget Jones"
Na década de 1990, Keir Starmer tornou-se uma estrela dos direitos humanos, tendo trabalhado em casos contra a McDonald’s e a Shell, opondo-se à pena de morte. Chegaram até a haver rumores de que o político foi a inspiração para Mark Darcy, a personagem interpretada por Colin Firth em “O Diário de Bridget Jones”, de 2001, mas a autora Helen Fielding desmentiu-os.
Em 2008, foi nomeado chefe do Crown Prosecution Service (CPS) e diretor do Ministério Público britânico. Além de ter alterado a sua forma de funcionamento, esteve envolvido na resolução de alguns casos importantes, tendo ajudado a levar os assassinos de Stephen Lawrence – um jovem britânico e negro de 18 anos que foi assassinado num ataque com motivações raciais enquanto esperava por um autocarro em 1993 – à justiça, alterado as orientações para um melhor apoio às vítimas de violência sexual e doméstica e processado deputados por desvio de despesas.
Em 2015, tornou-se deputado. Keir Starmer substituiu Jeremy Corbyn em 2020, depois de os trabalhistas terem sofrido uma grande derrota para o então primeiro-ministro Boris Johnson. Os apoiantes afirmam que Keir transformou o partido, sendo que o seu objetivo era arrastá-lo para o centro, tendo atraído legiões de jovens progressistas, adotado uma política de tolerância zero em relação ao antissemitismo e procurado apresentar o partido como economicamente responsável.