Entre a 00h50 e as 2h30 da madrugada de 6 de junho de 1944, milhares de pára-quedistas ingleses e americanos começam a cair na costa da Normandia. O primeiro alerta chegou às unidades alemãs por volta da 1h15, no entanto ninguém quis acordar A Raposa do Deserto, como era conhecido o responsável por enfrentar os Aliados na região.

Erwin Rommel estava na Alemanha, por ocasião do aniversário da mulher. Só seria avisado do que se estava a passar na zona que tinha sido destacado para defender às 10 horas. Foi mais ou menos por volta dessa hora que Adolf Hitler também foi acordado — durante a noite, ninguém acreditava que um grande desembarque na Normandia fosse possível. E ninguém queria acordar o líder com informações falsas.

Os hábitos de dormir de Hitler eram bem conhecidos pelos que conviviam diretamente com ele. O Führer gostava de se deitar tarde, aproveitando as noites para ver filmes. No dia seguinte, claro, compensava as horas de sono a dormir até ao meio-dia. Na madrugada do desembarque da Normandia, ficou acordado até às três da manhã a ver um filme com Joseph Goebbels e Eva Braun.

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"Nas semanas anteriores, Hitler falara bastante sobre um ataque fraudulento para arrastar as tropas alemãs para longe do verdadeiro local de aterragem", escreveu o historiador Ian Kershaw no livro "Hitler, 1936-1945". "De facto, os truques dos Aliados através da queda de pára-quedistas falsos, entre outras técnicas de diversão, contribuíram para a confusão inicial alemã sobre a localização da aterragem. Os seus ajudantes hesitavam agora em acordá-lo com informações erradas".

Hitler não entrou em pânico quando acordou e percebeu o que se passava. E talvez esse tenha sido o erro fatal que o fez perder a guerra — enquanto os nazis tentavam perceber o que se estava a passar, e se valeria a pena levar aquele desembarque a sério, os Aliados atravessavam as praias.

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Mas foi tudo menos fácil para estes soldados. Num único dia, desembarcaram 160 mil Aliados, sendo que pelo menos 10 mil morreram, ficaram feridos ou simplesmente desapareceram para nunca mais serem encontrados. Apesar das baixas, a missão foi um sucesso: no final de agosto desse ano tinham conseguido libertar Paris, em fevereiro do ano seguinte já estavam no interior das fronteiras da Alemanha.

A 2 de setembro de 1945, o Japão assinou finalmente os documentos de rendição a bordo do navio de guerra norte-americano USS Missouri. A guerra chegava ao fim.

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