Philippe Wojazer foi um dos primeiros fotojornalistas a entrar na Catedral de Notre-Dame depois da tragédia. Entre os destroços, fumo e pequenos incêndios que ainda subsistiam, captou a imagem intacta da cruz no altar central. Depois de 12 horas de chamas, que terão começado no sótão, a cruz sobreviveu.

Para os mais crentes, é um verdadeiro "milagre". Enquanto a torre e o telhado do edifício gótico com 850 anos de existência se desmoronava, tanto a cruz como o altar do presbitério da Catedral de Notre-Dame resistiram como se nada tivesse acontecido.

A cruz é uma obra do escultor francês Marc Couturier e remonta ao século XIX — foi instalada no mesmo local onde estava a cruz anterior, desaparecida nessa época durante as obras de restauro.

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Bíblias que sobreviveram às chamas, um cão que permaneceu fiel ao lado da sua casa durante e após um incêndio florestal ou a única árvore que resistiu aos ataques de 11 de setembro. Recorde as suas histórias.

Nem uma só bíblia queimada

Foi em março deste ano que, no espaço de poucas horas, as chamas consumiram uma igreja em West Virginia, nos Estados Unidos. "Nós corremos para lá", contou o pastor ao "The Washington Post". "Sentei-me no chão e chorei enquanto via as chamas".

Quando os bombeiros conseguiram apagar o fogo e entraram na igreja, perceberam que algo havia sobrevivido: as bíblias.

Ficou tudo destruído, mas esta cria conseguiu salvar-se

Ali Mese, de 83 anos, foi fotografado em janeiro do ano passado com um gato bebé ao colo. Foi a única coisa que sobreviveu à explosão de gás que destruiu a casa deste homem na Turquia.

"Apesar de todas as dificuldades, apesar da dor, o tio Ali mostrou-nos compaixão e deu-nos uma lição de humanidade. Ele é muito velho mas tem um coração grande, e mesmo naquele momento difícil agarrou no animal e salvou-o do fogo", contou o sobrinho a um jornal turco.

A história correu o mundo. No final do ano, tanto Ali Mese como o seu gatinho ganharam uma casa nova.

A árvore que resistiu ao 11 de setembro

A cruz de Notre-Dame, a árvore do 11 de setembro e outros sobreviventes das chamas

Tornou-se num símbolo da resiliência dos norte-americanos. Os atentados de 2001 provocaram a destruição das Torres Gémeas, no entanto sobreviveu uma pequena árvore pereira-de-jardim. Estava reduzida a um quarto do tamanho que tinha antes e não tinha uma única folha. A árvore foi levada para um abrigo em Bronx, ainda coberta de cinza e poeira.

Parece inacreditável, mas sobreviveu. Por isso mesmo, recebeu o nome Árvore Sobrevivente — afinal, foi a única que não morreu das centenas de exemplares perdidos no ataque.

Este cão esperou que os donos regressassem a casa

Durante os devastadores incêndios florestais na Califórnia, um cão manteve-se fielmente ao lado da casa da dona durante um mês, à espera que ela regressasse. Madison permaneceu na propriedade em Paradise até ao regresso de Andrea Gaylord.

"Foi o pior sentimento do mundo", contou Andrea ao "Today". "Foi como se tivesse de escolher. Durante aquele tempo só conseguia pensar: 'O que é que vai acontecer àqueles cães?' Foi tão horrível". Quando conseguiu finalmente regressar a casa, Madison estava deitado ao lado de casa. "Foi um alívio. Foi uma afirmação de que esses cães são sobreviventes."

Uma pintura de Jesus Cristo

A cruz de Notre-Dame, a árvore do 11 de setembro e outros sobreviventes das chamas

Foi a única sobrevivente de um incêndio numa igreja em outubro do ano passado. Mais de 100 bombeiros combateram as chamas durante quatro horas em Wakefield, Massachusetts. Quando começaram a limpar os destroços, encontraram a pintura intacta.