No dia em que se comemoram 30 anos desde a criação da World Wide Web (WWW) — frequentemente referida apenas como web —, o fundador Tim Berners-Lee, engenheiro e cientista de computação, divulgou esta terça-feira, 12 de março, uma carta aberta com uma reflexão acerca do que mudou no mundo com a web. "Estamos a comemorar, mas também estamos muito preocupados", disse Tim Berners-Lee, à revista norte-americana "Time".

De acordo com o documento, o fundador reconhece que são três os principais problemas com que a web se debate atualmente: intenções maliciosas e deliberadas como, por exemplo, o comportamento criminoso ou o assédio sexual; um sistema que permite a obtenção de dinheiro através do clickbait e da "disseminação viral" da desinformação; e consequências não intencionais negativas, como o discurso polarizado e disruptivo online.

Hoje, metade do mundo está online e é "mais urgente do que nunca garantir que a outra metade não seja deixada offline", e que todos contribuam para "uma rede que impulsione a igualdade, a oportunidade e a criatividade", pode ler-se. Segundo a revista "Time", atualmente existem cerca de dois mil milhões de sites. "A web tornou-se uma praça pública, uma biblioteca, um consultório médico, uma loja, uma escola, um estúdio de design, um escritório, um cinema, um banco e muito mais", diz Tim Berners-Lee.

No entanto, reconhece, que apesar da WWW ter criado várias oportunidades, também "deu voz aos grupos marginalizados, deu voz àqueles que espalham o ódio e tornou mais fácil serem cometidos todos os tipos de crimes."

Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros documentos, que permitiram uma concordância de vários grupos de pessoas em torno de diversas questões comuns, Tim Berners-Lee considera que, uma vez que a web reformulou o mundo, é também necessário "garantir que ela seja reconhecida como um direito humano e construída para o bem público. Precisamos de nos unir como uma comunidade global da web."

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Por fim, na carta, o fundador da web relembrou ainda a campanha global denominada "contrato para web", lançada em novembro do ano passado pela Fundação World Wide Web. O contrato, divulgado na Web Summit 2018, em Lisboa, pretende fazer com que os governos, as empresas e o público lutem por uma web segura, livre e acessível que beneficie todos.

"O contrato para a web não deve ser uma lista de soluções rápidas, mas um processo que sinalize uma mudança na forma como entendemos o nosso relacionamento com a comunidade online. O contrato deve ser suficientemente claro para ser visto como uma estrela-guia, mas flexível o suficiente para se adaptar ao ritmo acelerado de mudança tecnológica. É a nossa jornada da adolescência digital para um futuro mais maduro, responsável e inclusivo", concluiu.

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